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Mundipharma Repetiu Táticas de Opioides no Brasil Semelhantes às Usadas nos EUA.

Farmacêutica Adota Estratégias Controversas no Brasil, Relembrando a Crise de Opioides nos EUA

A Mundipharma, farmacêutica conhecida por sua participação na crise de opioides nos Estados Unidos, está implementando táticas semelhantes no Brasil. A investigação conduzida pelo Metrópoles e outras publicações revela que a empresa está adotando práticas de marketing e educação similares às que contribuíram para a crise de saúde pública americana.

A Crise de Opioides e as Práticas da Mundipharma

Em fevereiro de 2023, a Mundipharma celebrou uma década de operação no Brasil com uma festa no resort Villa Rossa, destacando seus sucessos de vendas, incluindo medicamentos à base de opioides. Embora o evento tenha enfatizado a celebração, a empresa carrega um histórico controverso relacionado à oxicodona, princípio ativo do OxyContin, um dos principais responsáveis pela crise de opioides nos EUA, que resultou na morte de mais de 500 mil pessoas.

Táticas de Venda e Marketing

Assim como fez nos EUA, a Mundipharma no Brasil promove a oxicodona, alegando que não causa dependência, embora estudos contradigam essa afirmação. A empresa financia eventos para médicos, onde ela controla o conteúdo sobre opioides e cobre todas as despesas dos participantes. Essas práticas são semelhantes às que ajudaram a propagar o uso do OxyContin nos anos 1990 e 2000.

Histórico da Mundipharma e do OxyContin no Brasil

A Mundipharma entrou no mercado brasileiro em 2013 e começou a comercializar o OxyContin em 2016. Desde então, a venda de oxicodona no país aumentou, com um crescimento notável após a introdução do OxyContin. Em 2017, a empresa lançou o Restiva, um adesivo com buprenorfina, e, mais recentemente, o Targin, que combina oxicodona e naloxona. O Targin é promovido como uma alternativa ao OxyContin, embora o uso da naloxona não elimine o risco de dependência, como afirmado por especialistas.

Críticas e Desinformação

A Mundipharma divulgou um vídeo de treinamento que descreve o Targin como “equivalente ao OxyContin” e minimiza os riscos associados ao medicamento. No entanto, a apresentação foi criticada por sua falta de clareza sobre os riscos de dependência.

Conclusão

A repetição das táticas controversas da Mundipharma no Brasil levanta preocupações sobre o potencial para uma crise de opioides semelhante à dos EUA. Especialistas e autoridades devem continuar a monitorar e regulamentar o uso desses medicamentos para proteger a saúde pública e evitar uma crise de dependência no país.

Fonte: metropoles

Foto: Poder360

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