Estudo de agência da ONU mostra que, além da maior taxa de infecção pelo novo coronavírus, população mais vulnerável deve sofrer com as consequências do isolamento. Profissional de saúde testa comunidade indígena do Equador em 4 de maio
Amazon Frontiles y Alianza Ceibo/Handout via Reuters
A desigualdade enfrentada por mulheres, indígenas e descendentes de africanos, além de trabalhadores informais e migrantes, fará deles os grupos mais afetados pelo impacto socioeconômico do coronavírus na América Latina, afirmou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) nesta terça-feira (12).
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Em um relatório para analisar os traços da pandemia na região, a agência das Organizações das Nações Unidas (ONU) disse que a desigualdade em questões como acesso à água, saneamento, sistema de saúde e moradia também pode traduzir-se em maiores taxas de infecção e morte entre a população mais vulnerável.
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Jose Sanchez/AFP
“Os diferentes impactos socioeconômicos refletem a matriz da desigualdade social na região”, afirma o relatório. Essas desigualdades sociais, de gênero, étnico-raciais e migratórias, entre outras, “acumulam, aprimoram e interagem entre si, causando múltiplas discriminações”.
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De acordo com o relatório, “as mulheres encontram-se em uma situação particularmente vulnerável” devido a condições de trabalho são mais precárias, com maiores taxas de informalidade. Portanto “elas estão mais expostas ao risco de desemprego”.
Com máscaras, paraguaios aguardam distribuição de alimentos em Assunção, no Paraguai, na sexta-feira (1º)
Norberto Duarte/AFP
Entre elas, as trabalhadoras domésticas (11,4% das mulheres empregadas) estão em uma situação mais complexa, com acesso limitado à seguridade social. Muitas dessas mulheres são migrantes, indígenas ou afrodescendentes, segundo a agência.
Mas, em geral, para as mulheres, o panorama torna-se mais complexo com as medidas de confinamento adotadas para conter infecções, o fechamento de escolas e a perspectiva de que elas querem cuidar de possíveis pessoas infectadas em casa.
“A carga do trabalho doméstico não remunerado assumido por mulheres, adolescentes e meninas, bem como os casos de violência contra elas, aumentam significativamente”, alertou a Cepal.
Segundo uma contagem da Reuters baseada em dados oficiais, a América Latina tem mais de 369 mil infecções e já ultrapassou 20 mil mortes pelo novo coronavírus.
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