Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul iniciou fiscalizações nos locais e orientou por testagens em todos os funcionários. Número deixa instituição em alerta para mais ações preventivas contra o coronavírus. Frigorífico em MS
Reprodução/TV Morena
262 funcionários de quatro frigoríficos em três cidades de Mato Grosso do Sul estão com coronavírus. Os dados são do Ministério Público do Trabalho (MPT) estadual, que realiza intervenções nas empresas após alertas de casos de covid-19 nesses locais.
De acordo com o MPT, até esta quarta-feira (27), haviam 110 trabalhadores contaminados em Dourados, 96 em um frigorífico e 14 em outro. Já em Guia Lopes da Laguna, eram 122 os funcionários de uma empresa com covid-19 e outros 30 em uma unidade de Bonito.
Ministério Público do Trabalho investiga controle da Covid-19 entre funcionários de 61 frigoríficos em 11 estados
Em abril, a instituição notificou quase 30 indústrias com unidades ativas no estado para que seguissem recomendação específica sobre práticas sanitárias capazes de obstar o contágio e a disseminação da Covid-19, tanto em relação aos empregados diretamente contratados quanto aos demais prestadores de serviços internos e externos.
A preocupação do MPT se deu, inicialmente, pelo número alto de casos registrado em Guia Lopes da Laguna, onde a prefeitura afirmou que 90% dos casos da doença tinham relação direta com o frigorífico. O município de cerca de 10 mil habitantes registra 204 casos da doença até esta quarta-feira, com a maior incidência do estado e uma das maiores do Brasil, com 2.061 casos a cada 100 mil habitantes.
O alerta ficou ainda maior após uma mulher de 35 anos que trabalhava em um frigorífico de Dourados ser a primeira indígena a testar positivo para covid-19 em Mato Grosso do Sul. O mais recente boletim publicado nesta terça-feira (26) mostra que há 72 indígenas infectados com a doença.
Aldeia Bororó (foto), em Dourados, local onde vivia a funcionária de frigorífico e primeira indígena infectada com covid-19 no estado.
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Conforme o MPT, as vistorias continuarão acontecendo e estão sendo realizadas fiscalizações para observar se os protocolos estipulados nos planos de biossegurança dos frigoríficos são efetivos para evitar a proliferação da Covid-19. O órgão ainda diz que está orientando todas as indústrias frigoríficas a reorganizar as plantas, estabelecendo uma distância mínima de 1,8 metro entre os trabalhadores para, assim, evitar um colapso simultâneo dos sistemas de saúde e da atividade econômica.
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