Bolsonaro indicou na sexta (19) general Joaquim Silva como novo presidente da estatal, decisão que precisa de aval do conselho da empresa. Ações da Petrobras se desvalorizaram. Troca na Petrobras: ‘Não vejo que vá prejudicar demais isso ai’, diz Mourão sobre movimentação no mercado
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira (22) que a troca no comando da Petrobras não foi uma intervenção do presidente Jair Bolsonaro, mas, sim, uma “questão de confiança”.
Mourão ainda comentou a desvalorização das ações da Petrobras. Para ele, o mercado é um “rebanho eletrônico” e a mudança não prejudicará a companhia, já que o general da reserva Joaquim Silva e Luna, indicado por Bolsonaro, é um “camarada extremamente preparado”.
Luna assumirá no lugar de Roberto Castello Branco. A mudança, entretanto, precisa ser ratificada pelo conselho de administração da Petrobras.
“Não [foi intervenção], pô. Está dentro da atribuição do presidente. O mandato do Roberto terminava dia 20 de março, poderia ser renovado ou não, a decisão é não renovar. Não vejo forma de intervir nos preços, até pela própria legislação que rege a companhia, que é o que está sendo comentado e muito, não vai haver isso. É uma questão de confiança na pessoa que está lá, pelo o que o presidente colocou”, disse Mourão.
Segundo o vice-presidente, pode ter havido falta de comunicação entre Castello Branco e Bolsonaro.
Luna, escolhido por Bolsonaro para o comando da estatal, ex-ministro da Defesa e chefiava a hidrelétrica de Itaipu. Se o nome dele for aprovado, serão três os militares no comando da Petrobras, todos indicados pelo governo federal.
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Preço dos combustíveis
A troca no comando da Petrobras foi anunciada após Bolsonaro fazer reclamações públicas sobre o aumento no preço dos combustíveis nos últimos meses, especialmente do diesel.
O litro da gasolina nas refinarias acumula alta de 34,78% desde o início do ano. Já o diesel subiu 27,72% no mesmo período.
O presidente chegou a fazer reuniões para discutir esses aumentos e anunciou corte de impostos para aliviar esses reajustes, mas sempre afirmou que não interferiria na política de preços da estatal, que segue a cotação internacional do petróleo.
Mourão negou que a troca signifique interferência de Bolsonaro na política de preços da Petrobrás.
O presidente enviou ao Congresso um projeto para alterar a forma de cobrança do ICMS, um tributo cobrado pelos estados. Bolsonaro também anunciou isenção de tributos federais no diesel.
Para lidar com o problema, Mourão sugeriu a criação de um fundo, abastecido com dinheiro dos royalties de petróleo, que seria usado para compensar eventuais altas dos combustíveis.
“Na minha visão, a solução para isso é se a gente conseguisse criar um fundo soberano com base nos royalties do petróleo. E esse recurso, quando houvesse essas flutuações, fosse utilizado para amortecer os aumentos. Não tem outra solução fora disso aí”, afirmou.
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