O futuro ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) , Sidônio Palmeira , manifestou-se nesta quarta-feira (8) sobre a decisão da Meta de encerrar o serviço de verificação de fatos em suas plataformas, como Facebook e Instagram. Sidônio classificou a medida como “ruim para a democracia”, alertando sobre os riscos de aumento na desinformação, no discurso de ódio e na disseminação de fake news .
Durante evento no Palácio do Planalto em memória dos dois anos dos ataques de 8 de janeiro, Sidônio destacou a necessidade de avanço na orientação das redes sociais no Brasil para conter esses problemas. “A opinião é que isso é ruim para a democracia, porque você não faz o controle da intolerância do ódio, da desinformação, das fake news. Esse é o problema, a gente precisa ter um controle. É preciso ter uma regulamentação das redes”, afirmou.
Fim da checagem de fatos pela Meta
Na última terça-feira (7), o CEO da Meta, Mark Zuckerberg , anunciou o encerramento do serviço de verificação de fatos realizados por terceiros em suas plataformas nos Estados Unidos. O sistema será substituído por uma ferramenta chamada notas da comunidade , que permite aos próprios usuários adicionar informações adicionais a conteúdos considerados enganosos ou imprecisos, um modelo semelhante ao utilizado pela plataforma X , de Elon Musk.
Zuckerberg também criticou, sem citar nomes, países da América Latina que possuem “cortes secretos” para deliberar sobre conteúdos em redes sociais, o que foi interpretado como uma indireta ao Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil.
Regulamentação no Brasil
Sidônio Palmeira reforçou que, apesar da decisão da Meta, o Brasil possui mecanismos legais e judiciais que podem adotar posições diferentes, especialmente em relação à moderação de conteúdo. Para ele, é urgente implementar regras que garantam um equilíbrio entre a liberdade de expressão e o combate à desinformação.
A regulamentação das redes sociais tem sido pauta constante no Brasil, especialmente diante de casos recentes envolvendo notícias falsas e discursos de ódio. Sidônio assume o cargo de ministro da Secom em um momento estratégico, substituindo Paulo Pimenta , que sairá de férias a partir de 9 de janeiro.
Próximos passos
Sidônio Palmeira será oficialmente nomeado na próxima semana e terá como um dos principais desafios articulados com o governo e a sociedade civil a criação de um marco regulatório para o funcionamento das plataformas digitais no Brasil. O debate sobre a regulamentação promete ser intenso, com opositores defendendo a liberdade irrestrita nas redes sociais e apoiadores buscando proteger a democracia e as minorias.
O caso da Meta reforça a importância de o Brasil avançar em uma legislação que define responsabilidades claras para as big techs, evitando situações que comprometam a integridade do espaço público virtual.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:Gazeta do Povo
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