O mercado elevou pela 11ª semana seguida sua projeção de inflação para 2022, atingindo o patamar de 6,86%, acima dos 6,59% esperados na semana passada. Os números constam no relatório Focus divulgado hoje pelo Banco Central (BC).
No caso dessa perspectiva se concretizar, o número ficará bem acima da meta de 3,5% para o ano, mesmo com o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O próprio Banco Central calcula, em dois cenários diferentes, alta probabilidade de descumprimento da meta de inflação em 2022. Em uma projeção com preço do petróleo mais alto, ficaria em 7,1%. Já com preços mais baixos, ficaria em 6,3%, cenário considerado mais provável pela autoridade monetária.
Nessa situação, seria o segundo ano consecutivo de descumprimento da meta. Em 2021, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enviou uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando a razão da inflação ter ficado em 10,06%, quando a meta foi de 3,75%.
Para 2023, a projeção de inflação é de 3,80%, acima da meta de 3,25% ao ano, mas ainda dentro do intervalo de tolerência. A expectativa vem subindo nas últimas três semanas.
O relatório mostra expectativa de Selic em 13% ao final do ano, mesmo número de semana passada. As projeções estavam subindo por causa dos efeitos da guerra entre Ucrânia e Rússia. Para 2023, o número também se estabilizou em 9%.
Durante a semana passada, houve a sinalização da ata do Copom, que foi reiteirada por Campos Neto múltiplas vezes durante a semana, de que o Banco Central prevê somente mais uma alta na taxa básica de juros, a Selic, para 12,75% e o fim do ciclo em maio.
Para Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, essa estabilização não deve continuar sendo vista nas próximas semanas. A economista ressalta que as projeções mais recentes do Focus, entregues nos últimos cinco dias úteis, já mostram a Selic em 13,25% no final deste ano.
Para o PIB, o movimento de estabilização foi parecido. Em 2022, a expectativa de 0,5% vista na semana passada se manteve, enquanto para o ano que vem, a projeção continua sendo de 1,3%.
A divulgação do Focus, que normalmente é realizada por volta das 8h30 todas as segundas-feiras, atrasou por conta das paralisações que os servidores do Banco Centra têm realizado nas últimas semanas em um campanha por reajuste salarial.
Os números então foram publicados às 10h. A divulgação das estatísticas de setor externo marcada para este início de semana foram postergadas para uma data ainda não definida.
Fonte: Extra
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