Cultivares híbridos da braquiária, usados para alimentar bovinos, têm elevada produtividade na época das chuvas e comportamento muito favorável durante a seca, sendo opção para minimizar falta de alimento neste período. Nos últimos anos o foco das pesquisas está nos cultivares híbridos.
Leandro Barbero/Arquivo Pessoal
A fazenda experimental Capim Branco, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), tem sido, há pelo menos uma década, cenário de pesquisas de melhoramento genético de capins do gênero brachiaria (braquiária). Os cultivares híbridos de braquiária CV. Cayana e CV. Sabiá são exemplos bem sucedidos do trabalho desenvolvido com plantas forrageiras, aquelas utilizadas para alimentação de animais, como o gado bovino.
Os ensaios realizados na fazenda experimental são de diferentes espécies de capim. No entanto, nos últimos anos, o foco está nos cultivares híbridos, segundo Leandro Barbero, docente da Faculdade de Medicina Veterinária da UFU. O professor coordena os estudos do Projeto Boi a Pasto, iniciados em 2011, com a criação do grupo que segue as linhas de pesquisa de manejo e adubação de pastagens.
“Os cultivares híbridos são produtos do cruzamento de gramíneas da mesma espécie ou de espécies distintas, objetivando principalmente maior produtividade, melhor valor nutritivo e adaptação a condições de meio encontradas nos ambientes que utilizam pastagem no Brasil”, disse o pesquisador.
Ensaios realizados na fazenda Capim Branco são de diferentes espécies de capim.
Leandro Barbero/Arquivo Pessoal
Os dois produtos, Cayana e Sabiá, que concorrem com o mais utilizado no Brasil, o Marandu, já estão no mercado. Eles são resultado de uma parceria que dura cinco anos entre a universidade e a Barenbrug do Brasil. A empresa é uma das subsidiárias do Grupo Barenbrug, holding sediada na Holanda e de atuação global, que tem como um de seus negócios o melhoramento genético e a produção e tratamento de sementes forrageiras.
Embora tenham finalidades iguais, os dois cultivares têm particularidades diferentes, explicou Barbero.
“Em nossos estudos, foi possível concluir que o Cayana é um cultivar que apresenta elevada produtividade na época das chuvas, permitindo intensificação da fazenda. O Sabiá tem comportamento muito favorável na época das secas, época esta de grande dificuldade para o produtor, se mostrando como opção interessante para minimizar o problema de falta de alimento para o gado na época das secas”, falou.
O aumento da produtividade das fazendas de pecuária e da rentabilidade dos produtores rurais são aspectos econômicos da pesquisa. Mas, Barbero também apontou o respeito ao meio ambiente e a manutenção do produtor na atividade como reflexos sociais das pesquisas.
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