Em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, alertou que o Pantanal pode desaparecer até o fim deste século devido às mudanças climáticas, baixa precipitação, altas temperaturas e elevada evapotranspiração. Ela destacou que queimadas e desmatamentos, tanto no Brasil quanto globalmente, estão exacerbando a situação. Silva também defendeu a criação de um marco regulatório de emergência climática pelo Congresso.
Silva foi convocada para esclarecer as ações do governo frente à crescente onda de queimadas e incêndios florestais, especialmente em biomas como a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal. Ela afirmou que o Pantanal, o menor dos biomas brasileiros e um importante santuário de biodiversidade, pode ser perdido se as condições atuais persistirem. Segundo a ministra, o fenômeno atual é caracterizado por baixa precipitação e aumento da evapotranspiração, que estão degradando a vegetação e prejudicando a bacia hídrica.
A presidente da CMA, senadora Leila Barros (PDT-DF), destacou a necessidade urgente de enfrentar as queimadas, que são um reflexo da emergência climática. Ela também homenageou o brigadista Wellington dos Santos, que morreu combatendo incêndios no Parque Indígena do Xingu (MT).
Silva alertou que os processos de seca estão se tornando mais intensos e frequentes. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram um aumento de 144% nos focos de queimadas em agosto de 2024 comparado ao ano anterior. A ministra ressaltou que o governo está tentando mitigar os efeitos adversos com políticas e ações, como o aumento da contratação de brigadistas e o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e no Cerrado (PPCerrado).
A ministra também discutiu a crescente intensidade das secas e a crise hídrica em vários estados, além do impacto negativo das queimadas nas áreas de preservação permanente (APP). Silva defendeu a criação de um marco regulatório de emergência climática para enfrentar os desafios, já que 1.942 municípios estão em risco climático extremo.
Sobre a Amazônia, Marina destacou que a floresta está perdendo umidade e se tornando vulnerável a incêndios. Atualmente, 27% das áreas queimadas na Amazônia estão em regiões de atividade agropecuária e 41% em vegetação não florestal, com um aumento das queimadas em áreas florestais.
Em resposta a questionamentos sobre orçamento e obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a ministra afirmou que, apesar dos cortes orçamentários em todos os ministérios, o Ministério do Meio Ambiente teve seu orçamento aumentado para o combate ao fogo. Ela também enfatizou a importância de políticas públicas baseadas em evidências e a necessidade de colaboração com o setor privado.
Por fim, a senadora Teresa Leitão (PT-PE) e o senador Jaime Bagattoli (PL-RO) levantaram questões sobre a fiscalização e a prevenção de queimadas. Outros senadores, como Fabiano Contarato (PT-ES), criticaram o governo anterior por desmantelar o Ministério do Meio Ambiente e prejudicar a relação do Brasil com outros países.
Fonte: Blog do Riella
Foto: O sul-mato-grossense
Comentar