Percentual permanece próximo do registrado em novembro de 2020. Maior parte das empresas aguarda normalização apenas no segundo semestre, informou a entidade. Um levantamento divulgado nesta sexta-feira (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que em fevereiro 73% das empresas da indústria geral (extrativa e de transformação) e 72% das empresas da indústria da construção encontraram dificuldades para obter os insumos e matérias-primas produzidos no Brasil. A sondagem foi feita com 1.782 empresas.
Segundo a entidade, os percentuais permanecem próximos dos registrados em novembro de 2020, quando 75% das empresas da indústria geral e 72% das empresas da indústria da construção observaram esse problema. A pesquisa mostra, ainda, que 37% das empresas esperam que a situação se normalize nos próximos três meses, 42% preveem melhora apenas para o segundo semestre e 14% só veem um cenário mais positivo em 2022.
“Essa desestruturação das cadeias produtivas ainda é resultado das enormes incertezas que a economia atravessou na primeira onda. A compra de insumos pelas empresas foi cancelada e os estoques foram reduzidos, um movimento que atingiu praticamente todas as empresas das cadeias de produção”, afirmou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Para ele, a rápida retomada da economia no segundo semestre de 2020 não foi acompanhada no mesmo ritmo por todas as empresas o que “gerou dificuldades nos diversos elos da cadeia”.
De acordo com a pesquisa da CNI, 65% das empresas da indústria geral que utilizam insumos importados estão com dificuldades para conseguir insumos, mesmo pagando mais caro. Esse percentual sobe para 79% das empresas no setor de construção que precisam importar insumos ou matérias-primas.
Segundo Braga, a alta do dólar tornou as exportações mais atrativas, pois se tornaram mais rentáveis, e redirecionou parte do fornecimento de matérias-primas, insumos e produtos finais ao mercado internacional, aumentando o custo dos insumos e matérias-primas.
“O resultado foi um aumento ainda mais acentuado de preços e uma dificuldade ainda maior de obter os insumos e matérias-primas”, concluiu o presidente da CNI.
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