Durante a abertura da 9ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizada nesta quarta-feira (9) em Tegucigalpa, capital de Honduras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma atuação mais firme e coordenada da América Latina e do Caribe no cenário internacional.
Para Lula, é urgente que os países da região redefinam seu papel diante da nova ordem global, a exemplo do que já fazem outras regiões organizadas, como a Ásia, por meio da ASEAN, e a União Europeia, com a OTAN. O presidente alertou para o risco de os países latino-americanos e caribenhos voltarem à condição de zona de influência de grandes potências.
— “É imperativo que a América Latina e o Caribe redefinam o seu lugar na nova ordem global que se discute. Nossa inserção internacional não deve se orientar apenas por interesses defensivos. Precisamos de um programa de ação estruturado em torno de três temas que demandam ação coletiva”, afirmou.
Lula destacou três eixos prioritários para a atuação conjunta da região: fortalecimento da democracia, combate às mudanças climáticas e integração econômica e comercial. Ele criticou o avanço da desinformação e do extremismo político nas redes sociais, a tentativa de golpes de Estado e a distorção do conceito de liberdade de expressão.
— “Negacionistas desprezam a ciência e a cultura e atacam as universidades. Indivíduos e empresas poderosas, que se consideram acima da lei, investem contra a soberania de nossos países”, disse.
O presidente brasileiro também propôs que a CELAC apoie uma candidatura unificada — e feminina — para o cargo de secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a fim de resgatar a credibilidade da entidade e promover maior representatividade.
Outro ponto de destaque no discurso foi o convite à adesão à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa liderada pelo Brasil no âmbito do G20. A proposta tem como meta inicial projetos no Haiti e na República Dominicana, em sintonia com o Plano de Segurança Alimentar e Nutricional da CELAC.
Em relação ao clima, Lula lembrou que a região latino-americana é uma das mais vulneráveis às mudanças ambientais e reforçou a importância da COP30, que será realizada em Belém (PA) em novembro deste ano.
— “A COP30, em pleno coração da Amazônia, não será apenas a COP do Brasil, mas de toda a América Latina e Caribe. Precisamos exigir dos países ricos metas de redução de emissões alinhadas ao Acordo de Paris e de financiamento à altura das necessidades da transição justa”, concluiu.
Voz de Brasília – informação além das fronteiras.
fonte:blog do riella
foto:Portal Gov.br
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