O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou, nesta quarta-feira (26), que o Brasil é um destino seguro para investimentos internacionais, destacando a estabilidade política, a reforma tributária e o crescimento econômico do país. Durante o Fórum Brasil-Japão, em Tóquio, ele enfatizou a importância da parceria bilateral e celebrou novos acordos comerciais, incluindo a venda de 15 aeronaves da Embraer ao Japão.
“O Brasil é um porto seguro. Queremos vender e queremos comprar, mas, principalmente, compartilhar alianças entre empresas japonesas e brasileiras para crescermos juntos”, declarou Lula.
O líder brasileiro ressaltou a aprovação da reforma tributária, que visa simplificar processos e reduzir custos, além de destacar políticas de crédito, distribuição de renda e combate às climáticas. O discurso foi acompanhado pelo primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba.
Novos acordos e investimentos
Lula anunciou a assinatura de dez acordos de cooperação entre Brasil e Japão, além de quase 80 instrumentos firmados entre empresas, bancos, universidades e outras instituições.
O presidente também apontou a transição energética como uma das principais áreas estratégicas para a relação bilateral, mencionando os planos do Brasil de aumentar o percentual de etanol na gasolina de 27% para 30% e no diesel para 20% até 2030. Ele celebrou a decisão do Japão de elevar o uso de bioetanol para 10% até 2030 e 20% até 2040, reforçando a necessidade de esforços globais para a descarbonização.
“A descarbonização não é uma escolha, é uma necessidade e uma grande oportunidade. O envolvimento do setor privado é fundamental, e o Brasil será uma aliança na redução da dependência global de combustíveis fósseis”, disse Lula.
Além disso, o presidente convidou o primeiro-ministro japonês para participar da COP30, que será realizada em Belém (PA), reforçando o compromisso do Brasil em zerar o desmatamento na Amazônia até 2030.
Defesa da democracia, livre comércio e multilateralismo
Lula também abordou temas geopolíticos e defendeu três pilares para a estabilidade global: democracia, livre comércio e multilateralismo.
Democracia – O presidente alertou sobre o crescimento de governos de extrema-direita que negam a ciência, o clima e a política. “A democracia corre risco no planeta. A negação da política não trará benefícios para a humanidade”, afirmou.
Comércio Livre – Ele destacou que o protecionismo não pode ser uma barreira para o crescimento econômico e que a globalização deve promover o crescimento e a distribuição de riqueza.
Multilateralismo – Lula defendeu uma troca de experiências científicas e tecnológicas entre países e políticas críticas que criem barreiras internacionais. “Nós não queremos mais muros. Queremos ser livres e prisioneiros da liberdade”, declarou.
Encontros estratégicos e diálogo com empresários
Para fortalecer as relações comerciais, uma comitiva de empresários brasileiros participou do evento, ao lado de representantes do governo, como o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Antes do Fórum, Lula também se reuniu com representantes sindicais do Brasil e do Japão, reafirmando medidas de valorização do trabalho, como a renovação igual para homens e mulheres na mesma função, a política de valorização do salário mínimo e a redução histórica do desemprego no Brasil.
Com uma visita ao Japão, o governo busca reverter a queda na balança comercial entre os dois países, que caiu de US$ 17 bilhões em 2011 para US$ 11 bilhões em 2024, ampliando investimentos em setores estratégicos.
Fonte:Blog do riella
Foto:Portal Gov.br
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