Na sexta-feira, 30 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sua recente indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central, ressaltando que o economista se alinha com suas visões sobre economia e soberania nacional.
Perfil e Expectativas:
Lula descreveu Galípolo, atual diretor de política monetária do Banco Central, como um profissional competente que “gosta do país” e tem um compromisso com a soberania nacional, ao contrário da visão predominante de que o presidente do Banco Central deve ser um representante dos interesses do sistema financeiro. “Se um dia o Galípolo chegar para mim e falar, ‘olha, tem que aumentar o juro’, ótimo, aumente. Ele tem o perfil de uma pessoa competentíssima, competentíssima, e um brasileiro que gosta do Brasil”, afirmou Lula.
O presidente enfatizou que a função do Banco Central vai além de apenas definir taxas de juros. “Ele (presidente do Banco Central) tem que pensar na indústria, ele tem que pensar no comércio, ele não pode pensar só nos interesses do mercado”, disse Lula. O presidente também destacou que espera que o Banco Central ajude no desenvolvimento do país, no crescimento econômico, na geração de empregos e na distribuição de riqueza.
Críticas ao Atual Presidente:
Lula criticou o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acusando-o de agir mais como um político do que como um economista. “O atual presidente do Banco Central, ele age como um político, ele não age como um economista”, disse Lula. Ele também afirmou que a taxa de juros atual no Brasil não possui uma explicação clara, refletindo uma gestão que, segundo ele, não está alinhada com as necessidades econômicas do país.
Processo de Sabatina e Votação:
Gabriel Galípolo, de 42 anos, foi indicado para substituir Campos Neto, cujo mandato termina em 31 de dezembro deste ano. Após a indicação, Galípolo será sabatinado pelos senadores em uma data a ser definida. Para assumir o cargo, ele precisa de 41 votos favoráveis entre os 81 senadores. Se aprovado, Galípolo comandará o Banco Central por um mandato de quatro anos.
Autonomia e Expectativas Futuras:
Lula garantiu que Galípolo trabalhará com a mesma autonomia concedida aos seus predecessores, como Henrique Meirelles, mas destacou a necessidade de uma abordagem equilibrada que inclua metas de crescimento econômico além das metas de inflação. “Se tiver que baixar juro, baixa, se tiver que aumentar, aumenta, mas tem que ter uma explicação”, afirmou Lula.
O presidente ressaltou que deseja que o Banco Central desempenhe um papel mais ativo no desenvolvimento econômico e na melhoria das condições de vida no país, contrastando com o que ele vê como uma abordagem excessivamente restritiva e focada apenas no controle da inflação.
Fonte: agência gov
Foto: CNN Brasil
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