Após mais de 20 anos de negociações, o acordo entre Mercosul e União Europeia foi finalmente assinado nesta sexta-feira (6/12), durante a Cúpula do Mercosul, em Montevidéu. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou o desfecho histórico, mas não poupou críticas à versão preliminar apresentada em 2019. Segundo Lula, as condições herdadas eram desfavoráveis ao bloco sul-americano e precisaram ser revisadas para garantir equilíbrio e respeito às prioridades regionais.
Críticas ao tratado de 2019
Durante seu discurso, Lula destacou as mudanças significativas realizadas no texto do acordo:
“O acordo que finalizamos hoje é bem diferente daquele anunciado em 2019. As condições que herdamos eram inaceitáveis. Foi preciso incorporar temas relevantes para o Mercosul, preservando nossos interesses em áreas estratégicas, como compras governamentais, saúde, agricultura familiar, ciência e tecnologia.”
O presidente enfatizou que as alterações no tratado permitiram atender às necessidades dos países do Mercosul, garantindo maior autonomia em políticas públicas e evitando imposições desvantajosas.
Um marco para o comércio global
O acordo Mercosul-UE cria uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, abrangendo:
Mais de 700 milhões de pessoas.
Um PIB combinado de US$ 22 trilhões.
Lula afirmou que o pacto abre novas possibilidades para comércio, investimento e desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo em que promove maior competitividade para as economias sul-americanas.
Desafios ao longo das décadas
Desde o início das negociações, nos anos 2000, o acordo enfrentou entraves como:
Tarifas agrícolas, com resistência da União Europeia em abrir mercados.
Questões ambientais, particularmente relacionadas à preservação da Amazônia.
Barreiras regulatórias, que dificultavam a exportação de produtos sul-americanos.
“Foi um trabalho árduo, mas conseguimos assegurar que as cláusulas do tratado reflitam os princípios de desenvolvimento sustentável e equidade comercial”, destacou Lula.
Impactos esperados para o Mercosul
O presidente ressaltou que o acordo será crucial para:
Ampliar o acesso a mercados estratégicos.
Fomentar a geração de empregos nos países membros.
Promover o desenvolvimento sustentável nas regiões envolvidas.
A assinatura do tratado é vista como um triunfo diplomático para Lula, reforçando o protagonismo do Brasil no cenário global e fortalecendo a integração entre Mercosul e União Europeia.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:Poder360
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