Vásquez era da mesma etnia que a hondurenha Berta Cáceres, morta a tiros em 2016 por defender povos originários no país. O indígena Félix Vásquez, líder ambientalista, defensor de territórios indígenas em Honduras e pré-candidato a deputado, foi morto na noite de sábado (26) por um grupo não identificado que invadiu sua casa, denunciaram testemunhas a ONG Comitê de Familiares de Presos Desaparecidos em Honduras (Cofadeh).
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Quatro homens encapuzados entraram na casa de Vásquez, na comunidade de Ocotal, município de Santiago de Puringla, departamento (estado) de La Paz, oeste do país, detalhou o site Defensores en Línea, da Cofadeh.
Após subjugar e espancar alguns dos presentes, os homens atiraram no líder, informou a ONG, com base em relatos de testemunhas cujas identidades foram mantidas em sigilo.
Vásquez, de cerca de 70 anos, era indígena Lenca, a mesma etnia à que pertencia a hondurenha Berta Cáceres, premiada por seu trabalho ambientalista e morta a tiros em 2016 após anos de luta contra megaprojetos que ameaçavam deslocar povos originários.
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Félix Vásquez também era um defensor do meio ambiente, “preocupado com a ocupação de latifundiários em áreas de reserva natural, como a bacia hidrográfica El Jilguero”, cujo dano impactaria mais de 300 famílias indígenas, segundo o Defensores en Línea.
O dirigente havia decidido entrar para a política como pré-candidato a uma vaga de deputado pelo partido Liberdade e Refundação (LIBRE) nas eleições de novembro de 2021.
A ONG lembrou que 90% da população de La Paz é indígena, amparada pelo Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que pede respeito às formas de vida dos povos originários e ordena às autoridades consultá-los sobre as medidas que afetem seus territórios ou convivência.
Em 2015, pelo menos 20 defensores indígenas foram assassinados, denunciou o Movimento Independente Indígena Lenca de La Paz-Honduras (MILPAH).
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