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Lewandowski defende criação de Polícia Ostensiva Federal para evitar falhas como no 8 de janeiro.

Na reunião sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, defendeu a criação de uma Polícia Ostensiva Federal para garantir a segurança em eventos de grande porte e impedir episódios como os ataques de 8 de janeiro, quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Ele ressaltou que a Polícia Federal (PF) identificou “graves falhas” na atuação da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que era responsável pela segurança na ocasião, e afirmou que a presença de uma força ostensiva federal poderia ter evitado a escalada de violência.

Lewandowski ressaltou que a dependência exclusiva da PMDF demonstrou as limitações de uma atuação regionalizada em um cenário de crise nacional. “Sem nenhuma crítica, mas a PF terminou o inquérito sobre o assunto e concluiu que houve grandes falhas por parte dessa honrada corporação do Distrito Federal”, afirmou o ministro. A vice-governadora do DF, Celina Leão, presente na reunião, representou o governador Ibaneis Rocha, afastado à época dos acontecimentos.

Relatório da PF aponta falhas em outras esferas
O relatório da PF sobre o episódio de janeiro, recentemente encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), evidenciou falhas na Secretaria de Segurança Pública do DF, então liderada por Anderson Torres, investigado por suposta colaboração com os golpistas. Também foram identificados erros no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que na ocasião era chefiado pelo general Gonçalves Dias. A revelação de um vídeo mostrando Dias oferecendo água aos invasores levou à sua renúncia. Lewandowski também enfatizou que uma Polícia Ostensiva Federal poderia fortalecer a resposta em cenários complexos de segurança pública nacional.

Críticas à Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Caso Marielle Franco
Lewandowski também apontou problemas na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol), originalmente conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, mas que se arrastou por cinco anos sem conclusão. Após a federalização do caso em 2023, a PF conseguiu avançar nas investigações, identificando os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão como mandantes do crime, além de descobrir a tentativa do delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil, de interferir no caso. Lewandowski mencionou a eficiência da PF, afirmando que “sete homens [da PF] deslindaram esse lamentável crime”.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, aparentemente rebateu as críticas, mas o microfone estava desligado. Em resposta, Lewandowski tentou apaziguar, destacando que há colaboração com o governo do Rio de Janeiro e que o secretário de Segurança, Mário Sarrubbo, foi enviado ao estado a pedido de Castro.

PEC da Segurança: um debate nacional
A PEC da Segurança, defendida pelo governo federal, propõe maior presença e poder da União sobre as forças de segurança estaduais, buscando padronizar diretrizes e reforçar o combate ao crime organizado e a ações de grande impacto. No entanto, a proposta ainda enfrenta resistências de alguns estados, que temem uma perda de autonomia local sobre suas corporações.

Fonte:Correio Braziliense
Foto:InfoMoney

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