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Meio Ambiente

Justiça dos EUA proíbe vendas do agrotóxico dicamba no país

Pesticida é utilizado na produção de soja. Decisão afeta gigantes do setor, como Bayer, Basf e Corteva Agroscience. Pulverização de agrotóxicos na lavoura de soja
Amanda Sampaio/G1 MT
Um tribunal de recursos dos Estados Unidos decidiu na quarta-feira (3) proibir a venda no país de agrotóxicos com o princípio ativo dicamba, que é um herbicida utilizado na produção de soja.
Um painel de três juízes decidiu que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) subestimou significativamente os riscos relacionados ao uso do dicamba, que é utilizado em pesticidas da gigante alemã Bayer e de rivais como a Basf e a Corteva Agroscience.
Grupos ambientalistas, que entraram com ação em 2018, pediam que a Justiça forçasse a EPA a cancelar a aprovação para o produto XtendiMax, da Monsanto, à base de dicamba, alegando que ele não apenas danifica culturas próximas e plantas, mas também afeta animais.
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A Bayer herdou essas e outras disputas judiciais há dois anos, como resultado de sua aquisição da Monsanto por US$ 63 bilhões.
A decisão judicial também proíbe a venda de outros pesticidas com base em Dicamba, como o Engenia, da Basf, e o FeXapan, da Corteva Agroscience.
Bayer e Basf disseram que não concordam com o julgamento, realizado na quarta-feira.
A Bayer disse que a decisão está relacionada ao registro junto à EPA de 2018, que expira em dezembro e que está trabalhando para obter um novo registro da agência para o pesticida, para de 2021 em diante.
“Dependendo das próximas ações da EPA e de se teremos sucesso em contestar essa decisão, nós trabalharemos rapidamente para minimizar qualquer impacto sobre nossos clientes nesta safra”, disse a Bayer.
A EPA já havia imposto restrições ao uso de dicamba em 2018, por preocupações sobre potenciais danos a culturas próximas àquelas em que ele é aplicado.
Dicamba
O dicamba é um herbicida que a indústria dos Estados Unidos está tentando usar para substituir o glifosato, o agrotóxico mais vendido no mundo, na produção da soja transgênica.
Esse tipo de soja se torna resistente ao dicamba, um produto químico que mata diversas plantas daninhas. Esse herbicida consegue controlar plantas que o glifosato não consegue mais, como a buva e a amaranthus-palmeri.
Na União Europeia, ele tem autorização para pastagens e milho. No Brasil, é autorizado para algodão e soja. Porém, o uso desse agrotóxico preocupa agricultores brasileiros por ser um produto que dispersa facilmente no ar, podendo atingir e matar lavouras vizinhas.
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