Juros para financiamento imobiliário sobem; veja comparativo das taxas cobradas pelos bancos thumbnail
Economia

Juros para financiamento imobiliário sobem; veja comparativo das taxas cobradas pelos bancos

Com aceleração da alta da Selic, bancos fazem reajustes nas taxas mínimas cobradas para compra de imóvel financiado. Mercado projeta novas elevações na taxa básica de juros até o final do ano. Vista de prédios em construção em São Paulo (SP), em imagem de arquivo. Juros para financiamento imobiliário sobem com trajetória de alta da Selic.
RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Acompanhando a alta da taxa básica de juros da economia, os bancos passaram a aumentar as taxas cobradas para o financiamento imobiliário. E a expectativa é que o custo do crédito para a compra de imóveis fique um pouco mais caro nos próximos meses.
Na última quinta-feira (5), um dia após o Banco Central elevar a Selic para 5,25% ao ano, o Itaú Unibanco aumentou a taxa mínima da sua linha mais tradicional de crédito imobiliário, que era de 6,9% ao ano TR e subiu para a partir de 7,3% ao ano TR.
O banco se juntou ao Santander, Bradesco e Banco do Brasil (BB), que já haviam reajustado suas taxas mínimas no mês passado.
Financiamento imobiliário bate recorde em junho, diz Abecip
Preços dos imóveis residenciais têm maior alta desde agosto de 2014, aponta FipeZap
Entrada privativa para escritório, área para pouso de drones, telão para aulas virtuais: setor imobiliário se adapta ao pós-pandemia
Volume de crédito sobe em junho e chega a R$ 4,214 trilhões, informa Banco Central
Recorde no 1º semestre, demanda por crédito deve permanecer alta mesmo com aumento dos juros; entenda
O Santander elevou em meados de julho o custo mínimo do crédito imobiliário, de a partir de 6,99% para a partir de 7,99% ao ano.
No Banco do Brasil as taxas partem agora de 6,55% ao ano. Em nota, o banco informou que promoveu “ajustes pontuais em algumas de suas linhas após as últimas reuniões do Copom”.
No Bradesco, as tarifas mínimas passaram ser de 6,90% ao ano desde julho. Em nota, o banco afirmou que “está avaliando” se vai realizar ou não novos reajustes.
A Caixa Econômica Federal, que lidera o segmento, informou que não reajustou suas taxas e que não pretende reajustá-las. A taxa mínima informada atualmente é de 7% ao ano mais TR.
Em reportagem realizada pelo G1 em março, a taxa mínima informada pela Caixa, no entanto, era de 6,5% ao ano mais TR. Questionado pela reportagem, o banco informou que não houve aumento porque a taxa de 6,5% era oferecida, na época, apenas para clientes que centralizavam suas operações na instituição. Esse percentual não existe mais, segundo a Caixa.
Comparativo de juros para financiamento de imóveis
Economia G1
Vale lembrar que as taxas anunciadas pelos bancos são as mínimas, e que, para conseguir juros mais baixos, o tomador do crédito precisa quase sempre aceitar uma série de condições. O nível e o tempo de relacionamento com o banco, valor do imóvel, bem como o perfil e renda do consumidor são fatores que também costumam influenciar diretamente as taxa de juros de um financiamento.
Assim, é importante que o tomador do crédito pesquise entre os bancos qual oferece a menor taxa para o seu perfil. Além da taxa de juros, devem ser considerados também os seguros obrigatórios, o sistema de amortização utilizado (SAC ou Tabela Price), além do pacote de serviços exigidos pelo banco para garantir a taxa ofertada.
Expectativa de novas altas
Segundo dados do Banco Central, as taxas médias do crédito imobiliário chegaram a atingir 6,3% ao ano em março e agora estão em torno de 7,5% ao ano. No começo de 2020, era 10%.
Com a expectativa de novos aumentos da taxa básica de juros, a Selic, e das taxas de longo prazo, o crédito imobiliário deve ficar um pouco mais caro nos próximos meses.
Especialistas afirmam que o cenário ainda permanece favorável para financiar um imóvel, já que as taxas devem continuar subindo — uma vez que a curva de juros futuros está apontando para cima.
Na avaliação de Tiago Galdino, diretor financeiro do Imovelweb, a janela de oportunidades para financiamentos não se fechou ainda, mas está se fechando. E a prova disso está no aumento das taxas de financiamento pelo bancos.
“Enquanto a Selic estiver dentro da margem de 6% ao ano, os repasses serão tímidos. Mas se ela chegar a 7%, poderemos ter aumentos relevantes”, afirmou Galdino.
O especialista destacou também que a redução da Selic foi crucial para a inclusão de brasileiros ao crédito imobiliário, principalmente os de classe média e baixa.
“Cada 1% a menos de Selic acrescenta meio milhão de pessoas ao crédito imobiliário. Por este motivo, há uma corrida contra o tempo para adquirir a casa própria ainda este ano, antes que os juros cheguem a 7% ao ano”, disse.
Na avaliação da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), as taxas podem subir para algo entre 7,5% e 8% ao ano, mas não devem chegar nem perto do pico visto em 2017, quando a Selic estava em 13% e as taxas para financiar imóveis atingiram quase 11,5%.
O mercado financeiro elevou de 7% para 7,25% ao ano a previsão para a Selic no fim de 2021, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. A expectativa é de uma nova elevação de 1 ponto percentual na reunião de setembro.
Além do aumento de juros, os preços dos imóveis estão subindo, ainda que abaixo da inflação. Segundo o Índice FipeZap, o preço de venda dos imóveis residenciais subiu 0,64% em julho, a maior variação mensal desde agosto de 2014. No acumulado do ano, a alta é de 2,82%.
Financiamento imobiliário com recursos da poupança – junho/21
Economia G1
Crédito imobiliário saltou nos últimos 12 meses
Dados da Abecip mostram um forte crescimento do crédito imobiliário no país. Os financiamentos com recursos das cadernetas de poupança somaram R$ 19,66 bilhões em junho, um salto de 112,1% na comparação com junho do ano passado e o maior volume nominal mensal da série histórica iniciada em 1994.
No acumulado de 2021, o montante totalizou R$ 97 bilhões, alta de 123,9% na comparação interanual. Já no acumulado em 12 meses, foram R$ 177,67 bilhões, alta de 101,1%.
A Caixa se mantém na liderança do setor, com R$ 37,4 bilhões financiados no ano nas modalidades construção e aquisição. O Itaú está em segundo lugar, com R$ 25,5 bilhão, e o Bradesco apareceu em terceiro, com R$ 17,8 bilhão, segundo balanço da Abecip.
Taxas e juros mais baixos aumentou procura por financiamento de imóveis em 2021

Tópicos