O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta quarta-feira (20) que as Forças Armadas como instituição não participaram de qualquer plano golpista e destacou a necessidade de separar as ações individuais de militares do papel institucional das três Armas — Exército, Marinha e Aeronáutica.
A declaração ocorre após a Polícia Federal revelar detalhes de um suposto plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), orquestrado por integrantes do governo de Jair Bolsonaro.
“Grave, mas é necessário esclarecer”
Para Múcio, a descoberta desses fatos é “muito grave”, mas também uma oportunidade para fortalecer a credibilidade das Forças Armadas.
“Quem planejou o golpe foram pessoas que usam fardas, não as Forças Armadas como instituição. As Forças são fiéis à Constituição e ao presidente da República”, enfatizou o ministro em entrevista ao Correio Braziliense.
Ele ressaltou que o Alto Comando das Forças Armadas está unido e ciente da gravidade do caso, colaborando com as investigações conduzidas pela Polícia Federal e supervisionadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Apoio às investigações
José Múcio manifestou apoio às ações da PF:
“Se você me perguntar se gosto disso, gosto, sim. Cada vez mais, limpamos a imagem de que as Forças planejaram algo. Esse esclarecimento é fundamental para resguardar o papel institucional das Forças Armadas.”
Segundo o ministro, o Ministério da Defesa e o Alto Comando das Forças só são informados das operações da PF no momento em que são deflagradas. Ele acrescentou que a indignação com o envolvimento de alguns militares é compartilhada internamente.
“Às Forças interessa a verdade”
Múcio deixou claro que o interesse das Forças Armadas é que todos os fatos sejam esclarecidos e os envolvidos, julgados pela Justiça:
“A Justiça deve julgar verdadeiramente os envolvidos. Para as Forças Armadas, é importante que tudo isso seja plenamente esclarecido.”
A declaração reforça o compromisso das Forças com a Constituição e busca preservar a confiança na instituição, ao mesmo tempo em que afasta generalizações sobre os atos de indivíduos que, segundo o ministro, agiram por conta própria.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:Diario de Pernambuco
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