A operação Contragolpe , deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19/11), trouxe à tona detalhes sobre o uso de codinomes por um grupo de criminosos que articulou um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) em 2022.
No esquema, o presidente eleito era chamado de “Jeca” , enquanto o vice-presidente recebia o codinome “Joca” . Esses apelidos faziam parte de um sistema de comunicação criptografado, usado pelos conspiradores para manter o plano em sigilo.
Outros codinomes e mistérios
Além de Lula e Alckmin, outros alvos e participantes também tinham codinomes:
“Juca” : figura central no plano, descrita como “eminência parda”, mas cuja identidade não foi confirmada pela PF.
“Professora” : apelido dado ao ministro do STF, Alexandre de Moraes , que também foi monitorado pelo grupo.
Os próprios membros da organização utilizaram apelidos ligados a países, como “Alemanha” , “Japão” e “Argentina” , para ocultar suas identidades. Alguns membros, como o major Rafael Martins de Oliveira, chegaram a usar múltiplos codinomes, como “Diogo Bast” e “Japão” .
Plano “Punhal Verde e Amarelo”
O esquema foi batizado de “Punhal Verde e Amarelo” . Os dados escolhidos para os ataques — 15 de dezembro de 2022 — coincidem com eventos estratégicos, como a diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ataques anteriores à sede da Polícia Federal, em Brasília.
Desdobramentos da operação
Na manhã de hoje, a PF cumpriu:
5 mandados de prisão preventiva ;
3 mandatos de busca e apreensão ;
15 medidas cautelares , incluindo suspensão de funções públicas e entrega de passaportes.
Entre os detidos estão quatro militares — incluindo um general reformado e ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) — e um policial federal. O cumprimento dos mandados ocorreu no Rio de Janeiro , Goiás , Amazonas e no Distrito Federal , com o acompanhamento do Exército Brasileiro.
Relevância do caso
A revelação dos códigos e do nível de organização do grupo evidencia o alto grau de sofisticação e planejamento da tentativa golpista. O uso de estratégias militares, aliadas à infiltração em instituições, reflete uma ameaça significativa ao estado democrático de direito no Brasil.
Fonte:CNN Brasil
Foto:Folha – UOL
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