Medição foi registrada na região da Sicília e superou o recorde europeu anterior, que era de 48,5ºC marcado em 1999 também na Itália. Os bombeiros italianos lutam contra um incêndio que assola Palermo, na Sicília, que expulsou as pessoas de suas casas
Stringer/Vigili del Fuoco/AFP
A forte onda de calor que atinge a Itália fez o país registrar nesta quarta-feira (11) a temperatura de 48,8ºC, um recorde para a Europa. A explicação para as medições está naquilo que os meteorologistas classificam como um anticiclone, fenômeno formado por uma zona de alta pressão atmosférica que eleva as temperaturas. O anticiclone que afeta o país foi apelidado de “Lúcifer”.
A temperatura de 48,8ºC, verificada na região da Sicília, bate o recorde europeu anterior: em 1999, os termômetros registraram 48,5ºC, também na Itália.
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Na região da Calábria e na Sicília, os bombeiros tiveram que realizar 300 intervenções nas últimas 12 horas para apagar focos de incêndio. Sete aviões Canadair foram mobilizados desde o amanhecer para lançar água sobre as chamas, de acordo com os bombeiros.
Um homem de 77 anos morreu nesta quarta-feira em decorrência de queimaduras sofridas em um incêndio enquanto tentava proteger seu rebanho no interior de Reggio, na Calábria.
Enquanto isso, a Madonia, região montanhosa próxima Palermo, capital da Sicília, está há vários dias cercada por chamas que são alimentadas pelo vento e pelo calor extremo. O fogo destrói plantações, casas e fábricas.
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G1 Mundo
Estado de emergência
O governador da Sicília, Nello Musumeci, pede que seja declarado estado de emergência para a Madonia. O ministro da Agricultura, Stefano Patuanelli, visitou o local nesta quarta-feira e prometeu “uma ajuda àqueles que perderam tudo”.
“Devemos, também, promover o papel da agricultura como guardiã do território” disse Patuanelli. “Devemos garantir que o agricultor que cuida de terras improdutivas, com manejo do solo que sirva para prevenir incêndios, seja protegido e amparado.”
Na Calábria, as chamas ameaçam o Geoparque Global da Unesco de Aspromonte, um parque nacional do país. O presidente da ONG ambiental WWF Itália pediu na terça-feira “a intervenção imediata de recursos aéreos adicionais”.
“Caso contrário, será tarde demais e perderemos para sempre um patrimônio de valor inestimável”, lamentou.
Ele também pediu “aumento da vigilância no campo porque nas áreas onde os incêndios já foram extintos houve registro de novos focos, muitos originados por criminosos inescrupulosos”, denunciou.
A Sardenha, onde um trabalhador rural de 35 anos foi preso na terça-feira (10) como suspeito de provocar incêndios criminosos, não foi poupada: 13 incêndios foram registrados em apenas um dia e seis deles exigiram a intervenção de meios aéreos.
Triplo de incêndios
De acordo com o Coldiretti, o principal sindicato agrícola do país, o número de incêndios mais do que triplicou neste verão em comparação com a média do mesmo período, entre 2008 e 2020.
“Se por um lado seis em cada dez incêndios são de origem criminosa, por outro é necessário sublinhar as consequências do abandono de explorações agrícolas e a falta de fiscalização das florestas de domínio público”, destaca o sindicato, já que mais de um terço da Itália é coberto por bosques e florestas (11,4 milhões de hectares). “Temos que acabar com o abandono do campo”, conclui.
Nos próximos dias, o anticiclone responsável pela onda de calor que atingiu a Itália, chamado de Lúcifer, deverá se deslocar para o norte, onde as temperaturas devem atingir entre 39ºC e 40ºC na Toscana (centro do país), neste fim de semana de 15 de agosto e no Lazio (região de Roma).
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