A inflação apresentou desaceleração em novembro para quase todas as faixas de renda, com destaque para as famílias de renda muito baixa, onde o índice recuperadou de 0,75% em outubro para 0,26% em novembro. A redução nas tarifas de energia elétrica foi o principal fator que influenciou essa queda, de acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta segunda-feira (16/12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A única exceção foi a faixa de renda alta, cuja inflação aumentou de 0,27% para 0,64% no mesmo período, puxada pelo reajuste de 22,7% nas passagens aéreas, um impacto significativo no grupo de transportes.
Acumulado de 2024 e Pressões Inflacionárias
No acumulado do ano, as famílias de renda baixa registraram uma maior alta inflacionária, com 4,5%, enquanto as de renda alta tiveram uma menor, com 3,86%. Já nos últimos 12 meses, a inflação foi mais elevada para a renda muito baixa (5,08%) e menor para a renda alta (4,50%).
O grupo “alimentação e bebidas” foi uma das principais fontes de pressão inflacionária para todas as faixas, especialmente para as famílias de renda mais baixa, que destinam uma parcela maior de seus orçamentos a esses itens. Apesar das deflações nas categorias como cereais (-0,27%), tubérculos (-0,11%) e leite e lucros (-0,45%), o aumento expressivo nos preços de carnes (8%), óleo de soja (11%) e café (2,3%) mantiveram a pressão sobre o grupo.
Fatores de Alívio e Outras Influências
Por outro lado, o grupo “habitação” contribuiu para aliviar a inflação, graças à queda de 6,3% nas tarifas de energia elétrica, um benefício para todas as faixas de renda. Além disso, para as classes mais baixas, as deflações em produtos farmacêuticos (-0,45%) e de higiene pessoal (-0,44%) ajudaram a reduzir o impacto inflacionário no grupo “saúde e cuidados pessoais”.
Já para as faixas de maior renda, a alta nos preços de serviços de lazer (1,4%) e planos de saúde (0,57%) manteve a pressão inflacionária.
Comparação com 2023
Em relação a novembro de 2023, todas as faixas de renda registraram aceleração da inflação, com destaque para os segmentos de renda média. A piora no grupo “alimentação e bebidas” explica grande parte desse aumento para as famílias de renda baixa, enquanto as de renda alta sentiram o impacto das passagens aéreas (22,7%) e da gasolina, cujas taxas subiram em comparação ao ano anterior .
Os dados refletem como diferentes grupos de renda são afetados pelas oscilações nos preços de produtos e serviços, mostrando desafios específicos para o combate à inflação em cada segmento.
Fonte:agência gov
Foto:Portal Tela
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