Sondagem aponta crescimento da atividade e uma percepção bastante favorável em relação à evolução da demanda nos próximos meses; inflação da construção sobe 1,24% em julho. Indústria da construção
Gilson Abreu/AEN-PR
O Índice de Confiança da Construção subiu 3,3 pontos em julho, para 95,7 pontos, o maior nível desde março de 2014 (96,3 pontos), divulgou nesta terça-feira (27) a Fundação Getulio Vargas (FGV).
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, a sondagem aponta o crescimento da atividade e uma percepção bastante favorável em relação à evolução da demanda nos próximos meses. Ou seja, volta a prevalecer um cenário levemente otimista.
Confiança da construção
Economia G1
“Se no segundo semestre de 2020, a alta dos custos contribuiu para derrubar a confiança, em 2021, esse efeito foi atenuado. Não porque tenha ocorrido queda ou redução no ritmo dos aumentos – o quesito custo da matéria-prima assumiu pelo segundo mês a primeira posição entre os fatores limitativos à melhoria dos negócios. Ocorre que o percentual de assinalações que apontam o aumento dos preços praticados pelas empresas também alcançou um recorde histórico, sugerindo que, apesar dos desarranjos que os aumentos dos custos têm causado, as empresas esperam que esse aumentos sejam absorvidos em grande parte pela demanda final”, avaliou.
O resultado positivo vem da melhora das expectativas dos empresários para os próximos meses. O Índice de Expectativas avançou 6,8 pontos, para 102,2 pontos, maior nível desde de janeiro de 2020 (104,2 pontos). Os indicadores de demanda prevista e tendência dos negócios subiram 6,4 e 7,2 pontos, para 102,3 pontos e 102,0 pontos respectivamente.
Já o Índice de Situação Atual se manteve estável, ao variar -0,1 ponto, para 89,4 pontos. Esse resultado foi devido à piora do indicador de situação atual dos negócios, que caiu 4,3 pontos, para 88,3 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade da Construção caiu 3,7 pontos percentuais, para 73,7%. A mão de obra e máquinas e equipamentos tiveram variações idênticas ao cair 3,7 p.p, para 75,2% e 66,6%.
Em julho, 26,7% das empresas da construção apontaram aumento da atividade – maior percentual desde outubro de 2012. Mas, naquele mês, 15,7% acusaram queda, enquanto em 2021, 19,5% ainda relatam redução. O saldo positivo é um indicador importante da direção que o setor começa a tomar, mas a diferença ainda pequena mostra que esse movimento ainda não está completamente disseminado.
“De todo modo, a percepção positiva das empresas de preparação de terrenos, um segmento antecedente do ciclo de obras, volta a reforçar o maior otimismo com a retomada”, observa Ana Castelo.
Inflação da construção
A FGV também divulgou que o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) subiu 1,24% em julho, após variação de 2,3% no mês anterior. Com esse resultado, o índice acumula alta de 10,75% no ano e de 17,35% em 12 meses, acima da inflação oficial do país.
Em julho de 2020, o índice variou 0,84% no mês e acumulava alta de 3,95% em 12 meses. A taxa do índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços passou de 1,65% em junho para 1,37% em julho. O índice referente à Mão de Obra passou de 2,98% em junho para 1,12% em julho.
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