Senado modificou projeto aprovado pela Câmara, que agora terá de fazer nova análise antes de enviar para sanção presidencial. A Câmara dos Deputados voltará a analisar o projeto aprovado nesta terça-feira (6) que prevê a prorrogação do prazo de entrega da Declaração do Imposto de Renda 2021 para o dia 31 de julho. Enquanto isso, a data limite segue mantida em 30 de abril.
O projeto, de autoria do deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), foi aprovado na Câmara na semana passada e foi aprovado nesta terça pelo Senado, com algumas alterações. Relator da proposta no Senado, Plínio Valério (PSDB-AM) propôs um acréscimo ao texto dos deputados. A mudança sugerida pelo tucano foi aprovada pelo plenário.
Prazo para entregar declaração vai de 1º de março a 30 de abril
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Por ter sido modificado, ele precisa passar por nova análise da Câmara para, em seguida, ser enviado para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Congresso tenta estender prazo da declaração do Imposto de Renda
Restituição
O texto altera a data final para entrega das declarações. O cronograma mensal previsto para as restituições, contudo, será mantido.
A restituição do primeiro lote deverá ocorrer no dia 31 de maio. Veja o calendário previsto:
1º lote: 31 de maio
2º lote: 30 de junho
3º lote: 30 de julho
4º lote: 31 de agosto
5º lote: 30 de setembro
O projeto aprovado nesta terça-feira diz ainda que a Receita Federal elaborará os atos necessários à prorrogação do prazo de entrega das declarações.
De acordo com o site da Receita Federal, cerca de 11 milhões de declarações foram entregues até o dia 6 de abril. O prazo para envio iniciou no dia 1º de março. A receita prevê a entrega de mais de 32 milhões de declarações no total.
Imposto a pagar
Plínio Valério alterou o texto aprovado pela Câmara para definir que, se após a entrega da declaração, restar saldo do imposto a pagar, o valor devido poderá ser parcelado em até seis vezes, mas deve ser pago ainda em 2021.
“Isso foi feito para atender, pelo menos, um ponto de vista da União. Eles foram taxativos: prorrogar para janeiro e fevereiro [parcelas do imposto a pagar] retiraria, do Orçamento de 2021, um valor estimado em R$2,6 bilhões, que serão transferidos para o Orçamento de 2022. Ou seja, é um assunto já muito complicado e a gente complicaria ainda mais”, afirmou.
Com a inclusão do trecho, o projeto precisa ser analisado novamente pela Câmara dos Deputados.
Em 2020, prazo foi prorrogado
No ano passado, em razão da pandemia da Covid-19 no país, a Receita Federal prorrogou por 60 dias o prazo para entrega das declarações. A medida foi adotada por meio de instrução normativa do órgão.
Na ocasião, mesmo com o adiamento da data-limite, o cronograma de restituições foi mantido.
Relator do projeto no Senado, Plínio Valério (PSDB-AM) disse que a prorrogação é quase uma repetição do que ocorreu em 2020 e dá “tranquilidade ao contribuinte neste momento tão conturbado”.
Ele lembrou que o adiamento da data-limite poderia ser feito administrativamente pela Receita, o que não ocorreu neste ano.
Posicionamento do governo
Durante a sessão, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), destacou que em 2020 o adiamento do prazo foi de 60 dias e que, neste ano, é proposta é prorrogar 90 dias. Ele disse, então, que o prazo maior pode interferir no fluxo de caixa do governo.
Bezerra disse não poder garantir que o presidente sancionará a prorrogação. “O governo ainda não tem posição de sanção em relação a essa matéria em função dos desdobramentos fiscais que estão ainda em avaliação pela equipe econômica”, afirmou.
“É importante que todos os senadores saibam que a prorrogação do prazo de apresentação das declarações de Imposto de Renda vai exigir um esforço financeiro muito grande de parte do governo”, acrescentou Bezerra.
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