A redução acentuada dos negócios entre as redes chinesas de restaurantes começa a atingir a indústria global do produto. Restaurante vazio em Pequim, no dia 7 de abril de 2020
REUTERS/Tingshu Wang
Pouco mais de dois meses atrás, o restaurante Jinyuan Fucheng Beef Hotpot, situado no norte de Pequim, tinha uma fila longa de clientes do lado de fora quase todas as noites da semana.
Agora, o restaurante para 800 pessoas mal preenche 20 mesas por dia, já que a maioria das pessoas ainda receia jantar fora depois do impacto causado pelo novo coronavírus na vida em sociedade.
A redução acentuada dos negócios nas redes chinesas de restaurantes de ensopado e churrascarias antes florescentes está atingindo duramente a indústria global de carne bovina — antes os principais exportadores vinham aumentando os suprimentos para atender a demanda chinesa crescente.
A China é o segundo maior mercado de carne bovina do mundo, só perdendo para os Estados Unidos, e o que mais cresce, graças ao aumento da renda, que elevou as importações em ao menos 20% ao ano nos últimos cinco anos.
Embora os chineses consumam muito mais carne de porco, a epidemia de febre suína detectada em agosto de 2018 reduziu o rebanho suíno do país em cerca de 50% e também fez os consumidores procurarem mais carne bovina.
Em 2019, as importações chegaram a 1,7 milhão de toneladas, 60% mais do que no ano anterior, e cerca de 70% deste montante foi consumido em restaurantes, de acordo com estimativas de analistas e de fontes da indústria.
Agora, a procura está “muito fraca”, disse um comerciante de uma estatal que compra do Brasil, Argentina e Uruguai e que está encomendando cerca de 30% dos níveis do ano passado.
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