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Iata prevê recuperação no transporte global de passageiros apenas em 2023

Com a pandemia, a Iata apontou que o setor aéreo deve perder 7% do seu crescimento previsto até 2030. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) projeta uma recuperação lenta para o mercado aéreo global, mas sinalizou que há demanda reprimida e que isso deve começar a trazer resultados já no próximo semestre. Em 2021, a projeção da associação é de que o número de passageiros do setor (origem-destino) represente 52% do registrado em 2019, antes da crise da Covid-19.
A estimativa é que, em 2022, o número de passageiros ainda fique abaixo de 2019, representando 88% do registado antes da crise. A recuperação total, segundo a associação, deve chegar em 2023, ano em que a Iata prevê crescimento de 5% na comparação com 2019, superando os 4 bilhões de passageiros transportados.
Foto de 5 de maio mostra aeronaves estacionadas na pista no aeroporto internacional de Zaventem, perto de Bruxelas, na Bélgica, durante a pandemia de Covid-19
Francois Lenoir/Reuters
Com a pandemia, a Iata apontou que o setor aéreo deve perder 7% do seu crescimento previsto até 2030. A estimativa é que o mercado cresça para um total de 5,6 bilhões de passageiros transportados por ano no mundo. Isso representa uma perda de dois a três anos de crescimento no acumulado.
Para depois de 2030, a associação reduziu sua estimativa de crescimento do mercado. No total, a associação prevê agora um crescimento médio anual de 3,2% entre 2019 e 2039, contra a previsão antes da pandemia de 3,8% de crescimento médio ao ano no período.
O economista-chefe da Iata, Brian Pearce, disse que a economia global já se recuperou da crise da pandemia, com um crescimento na casa de 2% em fevereiro. “Os consumidores estão poupando mais”, acrescentou, apontando ainda que parte desse recurso tende a ir para viagens.
Segundo Pearce, há indícios de que a retomada será firme depois que as restrições ao tráfego aéreo começarem a cair. Ele aponta que, com o avanço da vacinação, não haveria motivos hoje para projetar uma demora muito longa na liberação do tráfego aéreo, que já tem acontecido em países desenvolvidos e com vacinação avançada.
Ele destacou que em países como Alemanha, França e Austrália, há estimativa de que o índice de vacinados represente mais de 75% da população até outubro deste ano. Para países emergentes, como é o caso do Brasil, a associação disse que igual percentual deverá ser atingido apenas em fevereiro de 2022. Esta foi a última apresentação do economista, que irá se aposentar em breve.
Segundo Willie Walsh, diretor-geral da Iata, o mercado internacional ainda é uma dificuldade. O mercado doméstico, que está em bom momento, representa 1/3 do setor, enquanto o internacional, ainda paralisado pela pandemia, representa 2/3. “Temos muito a fazer para sair da crise. Mas a continuação da crise não é pelo vírus (uma vez que o setor tem formas para evitar a contaminação à bordo). A continuação é causada pelas restrições de governos ao setor”, disse.
Walsh destacou que o setor precisa urgentemente de um avanço na digitalização em aeroportos para conseguir crescer. Uma das bandeiras da Iata é o Travel Pass, uma espécie de certificado digital que contém todas as informações de saúde do passageiro e dados sobre as vacinações. “Uma solução digital é crítica para o setor”, disse.
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