O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que a economia brasileira está preparada para lidar com eventuais instabilidades no cenário internacional. A declaração foi dada durante o 11º Fórum Anual de Investimentos do Brasil, realizado em São Paulo, que reuniu representantes do setor financeiro para discutir os desafios fiscais do país.
De acordo com Haddad, a escala da economia brasileira, o nível das reservas internacionais e o crescimento recente do país conferem maior segurança diante das incertezas externas. “Na América Latina, não há outro país com as condições do Brasil. Temos reservas, superávit comercial robusto, colheita recorde e ainda crescemos mesmo com taxa Selic elevada”, afirmou.
O ministro reconheceu as dificuldades econômicas, mas ressaltou que o governo federal tem adotado medidas estruturais para fortalecer o país. “Temos mais margem de manobra que em outros momentos e estamos organizando as contas públicas, o que nos dá capacidade de resposta, como ocorreu em 2008”, comparou.
Cautela no cenário externo
Haddad também destacou a importância da prudência diplomática diante de um cenário internacional incerto, marcado por conflitos e medidas econômicas de impacto global. Ele defendeu uma postura de mediação e equilíbrio nas relações com parceiros comerciais. “Estamos exportando mais para os EUA, Europa e Ásia, especialmente para a China. Precisamos preservar essas relações em meio à instabilidade”, observou.
Reforma Tributária e confiança do setor privado
O ministro comemorou os avanços na agenda de reformas, com destaque para a Reforma Tributária, que classificou como “a maior da história do Brasil sob regime democrático”. Segundo ele, há uma convergência entre os Três Poderes em torno de uma pauta de Estado, o que tem contribuído para a melhoria do ambiente de negócios.
Entre as medidas citadas estão a reestruturação do crédito consignado, a desoneração do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a liberação do saque-aniversário do FGTS. “Essas ações tornam o Brasil mais atraente aos olhos dos investidores, mostrando que o país está aderindo a práticas internacionais modernas e justas”, pontuou.
Dívida pública e retomada dos investimentos
Haddad também abordou a situação da dívida pública, atribuindo seu crescimento a decisões tomadas em governos anteriores. “Estamos administrando um passivo que não criamos, como a manutenção de programas e pagamentos de precatórios”, disse. Apesar disso, ele reforçou que o governo está “colocando as contas em ordem” para garantir a sustentabilidade fiscal.
A maior preocupação do momento, segundo o ministro, é retomar os investimentos privados no país. Para isso, o governo aposta em uma agenda microeconômica e na modernização de leis como as de concessões e parcerias público-privadas (PPPs). “Se destravarmos os investimentos privados, o fiscal deixa de ser um problema”, concluiu.
Haddad defendeu, ainda, maior aproximação entre o setor produtivo e o governo. “Nenhum governo acerta sozinho. Precisamos manter canais de diálogo com entidades como CNI, Febraban e Anfavea. Com mais diálogo, erramos menos e o país avança mais.”
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fonte:agência gov
foto:foto da web
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