O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de estar diretamente envolvido na crise gerada pelo monitoramento de transações via Pix, proposta pela Receita Federal e posteriormente revogada após forte repercussão negativa. Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (17), Haddad afirmou que Bolsonaro, por meio do Partido Liberal (PL), teria financiado vídeos críticos à medida, produzidos pelo deputado Nikolas Ferreira e pelo marqueteiro Duda Lima.
Receita Federal sem alvo de críticas
Segundo Haddad, a animosidade da família Bolsonaro com a Receita Federal tem raízes em investigações relacionadas pelo órgão:
Caso das joias sauditas : A Receita descobriu o esquema envolvido na venda irregular de joias.
Rachadinhas : Investigações que envolveram o senador Flávio Bolsonaro, relataram os desvios de negociações de avaliadores.
Compra de imóveis : Apuração sobre mais de 100 imóveis adquiridos pela família Bolsonaro, sem fontes de renda claramente justificadas.
Haddad sugeriu que a crise em torno do Pix é parte de uma retaliação. “Eles têm uma bronca com a Receita. Estamos com lupa em atos burocráticos que são praticados há mais de 20 anos”, afirmou o ministro.
Críticas à oposição
Ao explicar a revogação da medida, Haddad criticou a oposição, especialmente Flávio Bolsonaro, que foi investigado por movimentações financeiras suspeitas excluídas pelo órgão. O ministro ressaltou a importância de preservar os instrumentos estatais para combater crimes financeiros. “Não podemos perder os instrumentos do Estado para enfrentar o crime organizado. Foi assim que as rachadinhas foram identificadas”, afirmou.
Processo judicial
Em resposta às declarações de Haddad, o senador Flávio Bolsonaro ajuizou uma ação de indenização por danos morais contra o ministro. A solicitação parlamentar é uma indenização de 40 mudanças mínimas , equivalente a R$ 60.720, e o pagamento de custos processuais. O processo tramita no 1º Juizado Especial Cível de Brasília .
Conflito político
O episódio ilustra o acirramento das disputas entre o governo federal e a oposição, especialmente com a família Bolsonaro. Haddad, ao revogar a medida, buscou evitar um desgaste maior para a Receita Federal, mas aproveitou para fortalecer as críticas contra aqueles que, segundo ele, tentam deslegitimar o órgão fiscalizador.
O caso segue gerando repercussão, tanto no âmbito político quanto no judiciário, com potenciais desdobramentos em ambos os campos.
Fonte:Metrópoles
Foto:Globo
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