Participantes da competição propuseram métodos para interferir com sistemas e clonar sites. Fórum em idioma russo promoveu competição para incentivar participantes a inventar novas maneiras de atacar usuários de criptomoedas.
Reuters/Benoit Tessier
Um fórum de hackers organizou uma competição de 30 dias para estimular o desenvolvimento de novas técnicas que poderiam ser usadas para fraudar usuários de criptomoedas.
De acordo com a consultoria de segurança Intel 471, o concurso foi anunciado no dia 20 de abril pelo administrador do fórum, que é destinado a falantes do idioma russo.
Para concorrer, o participante deveria apresentar um artigo detalhando alguma técnica diferenciada para roubar carteiras de criptomoeda ou manipular recursos dessa tecnologia, tais como a mineração, contratos inteligentes e NFTs.
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O administrador do fórum prometeu um total de US$ 100 mil em prêmios para os vencedores. O montante recebeu outros US$ 15 mil de um membro de fórum com boa reputação, somando US$ 115 mil, ou quase R$ 600 mil.
Os participantes então enviaram propostas para interferir no funcionamento dos canais de API, que são usados para que serviços de criptomoedas “conversem” entre si.
Outro competidor teria sugerido um método para criar um site clonado que roubasse as chaves de segurança e as “seed phrases” – longas sequências de caracteres que permitem acesso a uma carteira.
A Intel 471 revelou que esses concursos ocorrem com regularidade nos espaços frequentados por hackers. Alguns deles são patrocinados por criadores de vírus de resgate, e os temas variam bastante – de manipulação de sinais de GPS a ataques contra terminais de PDV (ponto de venda).
A empresa comentou que essa movimentação pode indicar as áreas que estão chamando a atenção dos criminosos. Nesse caso, pode haver um destaque para os NFTs, que estão movimentando milhões de dólares em criptomoeda.
Mas os hackers não são os únicos que estão interessados em pagar para encontrar fragilidades nas criptomoedas. O governo dos Estados Unidos ofereceu pagar até US$ 625 mil por alguma tecnologia que pudesse rastrear a moeda Monero.
Ao contrário do Bitcoin, que deixa movimentações registradas de forma transparente na chamada “blockchain”, a Monero foi desenvolvida para proteger a privacidade dos usuários.
Essa característica está dificultando o trabalho das autoridades que investigam crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal ou pirâmides financeiras.
Na semanada passada, a Securities and Exchange Commission (SEC), que equivale à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos Estados Unidos, indiciou cinco pessoas que promoviam o produto financeiro da BitConnect, que supostamente obteria ganhos com a arbitragem do Bitcoin.
A BitConnect implodiu em 2018 após remover o lastro da moeda BCC com o Bitcoin. Na prática, a companhia parou de pagar os clientes. Antes da companhia cessar as operações, vários especialistas e até defensores de criptomoedas já tinham alertado que a oferta se assemelhava a uma pirâmide financeira.
A SEC alega que os divulgadores não tinham autorização para atuar como corretores de investimentos.
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