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Economia

Governo comemora dados de emprego, mas ainda espera piora nos números

O governo comemorou os dados de emprego formal divulgados nesta terça-feira (28), mas sabe que os próximos meses trarão números mais amargos de aumento no número de desempregados.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou que 1,19 milhões de vagas foram fechadas no semestre e que o desemprego desacelerou nos últimos meses. Em abril, foram fechados 900 mil postos de trabalho. Em maio, 350 mil. E, em junho, foram 10 mil.
Mesmo com a visão quase unânime de que o pior da crise econômica trazida pela pandemia do novo coronavírus já passou, os integrantes da equipe econômica mergulhados nos dados de emprego preveem um aumento nas demissões quando o programa do governo de suspensão e redução de contratos de trabalho terminar, o que para muitas empresas já seria em agosto.
Dos 14,81 milhões de contratos assinados dentro do BEM, o programa emergencial de manutenção de emprego e renda, 6,51 milhões são de suspensão dos contratos. É nessa fatia que os técnicos do governo veem aumento de desemprego, porque muitas empresas não terão fôlego para manter o mesmo número de empregados.
Além disso, o governo sabe que o maior impacto da pandemia se deu no mercado informal. Por isso, além de correr para pôr de pé uma proposta de programa de transferência de renda vitaminada, quer debater os entraves para criação de empregos. Entre elas, normas que ainda impedem o trabalho aos domingos e feriados, bancos de horas e teletrabalho.
Para os especialistas, o pior impacto da pandemia na economia ocorreu em abril, o que já se reflete nas novas expectativas de queda do PIB do Brasil em 2020. As previsões já foram de queda pior que 7%, e agora estão abaixo de 6%.

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