Decreto prevê envio de tropas para 26 cidades de AM, MT, PA e RO; prazo é até 31 de agosto. Operação Verde Brasil 2 acabou em abril; desde março, tem havido alta no desmatamento. O governo federal autorizou nesta segunda-feira (28) o início de uma operação militar na Amazônia com o objetivo de combater crimes ambientais.
O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, prevê o envio de tropas para Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia. A ação vai durar até 31 de agosto.
Em abril, o governo encerrou a Operação Verde Brasil 2, e as tropas voltaram a prestar “apoio logístico”. Os alertas de desmatamento têm batido recordes seguidos na região amazônica.
Pelo decreto desta segunda-feira, as tropas das Forças Armadas irão para as seguintes cidades:
Amazonas: Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré, e Novo Aripuanã;
Mato Grosso: Apiacás, Aripuanã, Colniza, Cotriguaçú, Marcelândia, Nova Bandeirantes, Peixoto de Azevedo; e Paranaíta;
Pará: Altamira, Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, São Félix do Xingu, Trairão;
Rondônia: Candeias do Jamari, Cujubim, Itapuã do Oeste, Machadinho D’Oeste; e Porto Velho.
Pelo decreto, o emprego dos militares tem como objetivo fazer ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais, em especial o desmatamento ilegal.
De acordo com o texto, as Forças Armadas atuarão em coordenação com o Conselho da Amazônia e em articulação com os órgãos de proteção ambiental e de segurança pública.
Alertas de desmatamento da Amazônia Legal batem recorde
Alertas de desmatamento
Os alertas de desmatamento na Amazônia, medidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), têm registrado recordes seguidos nos últimos meses.
Em março, os alertas chegaram a 367 km², recorde para o mês. Em abril, foram 581km² sob alerta, maior número desde 2016. Um mês depois, em maio, os alertas chegaram a 1.180km², maior também desde 2016.
Desde que Bolsonaro assumiu o governo, o Brasil tem sido cobrado internacionalmente a adotar medidas de proteção do meio ambiente.
A cobrança já partiu de países como Estados Unidos, Alemanha e Noruega (clique no nome do país para relembrar a cobrança).
Ministério do Meio Ambiente
Na semana passada, Ricardo Salles pediu demissão do cargo de ministro do Meio Ambiente. Ele foi sucedido por Joaquim Leite, então secretário da Amazônia e Serviços Ambientais do ministério.
A gestão de Salles foi marcada por uma série de polêmicas. Uma dessas polêmicas envolve a reunião ministerial na qual ele sugeriu a Bolsonaro que o governo aproveitasse que a atenção da imprensa estava voltada para a pandemia para “ir passando a boiada” na área ambiental, alterando regras.
Além disso, Ricardo Salles é alvo de inquérito, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), por supostamente ter atrapalhado investigações sobre a maior apreensão de madeira da história. A suspeita foi apresentada pela Polícia Federal.
Ao Supremo, a PF disse ter “fortes indícios” de que Ricardo Salles participa de um esquema de contrabando ilegal. O ex-ministro nega ter cometido irregularidades.
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