É o maior resgate corporativo da Alemanha desde o começo da crise do coronavírus e permitirá que o governo tenha uma participação de 20% na empresa. A Alemanha aprovou uma ajuda de 9 bilhões de euros (US$ 9,8 bilhões) para a Lufthansa nesta segunda-feira (25), em acordo que dá ao governo alemão poder de veto no caso de uma oferta de aquisição hostil da companhia aérea.
O maior resgate corporativo alemão desde o começo da crise do coronavírus permitirá que o governo tenha uma participação de 20%, que pode subir a 25% mais uma ação no caso de uma tentativa de aquisição, conforme Berlim busca proteger milhares de empregos.
Avião da companhia aérea alemã Lufthansa
Divulgação
A Lufthansa está negociando com o governo há semanas sobre a ajuda necessária para sobreviver a uma esperada prolongada queda nas viagens, discutindo quanto controle deve ceder em troca de apoio financeiro.
O governo central da Alemanha passou décadas se desfazendo de participações em empresas, mas continua sendo um grande acionista em antigos monopólios estatais, como Deutsche Post e Deutsche Telekom. Berlim ainda detém uma participação de 15% no Commerzbank, afetado pela crise financeira global.
Outras companhias aéreas, incluindo o grupo franco-holandês Air France-KLM, as norte-americanas American Airlines, United Airlines e Delta Air Lines e as brasileiras Gol e Azul também têm buscado auxílio estatal.
Os ministérios das Finanças e da Economia da Alemanha afirmaram nesta segunda-feira que a Lufthansa está operacionalmente saudável e rentável, com boas perspectivas, mas se viu com problemas em razão da pandemia.
“A ajuda que estamos preparando aqui é por um período limitado”, disse o ministro das Finanças, Olaf Scholz, sobre o acordo, segundo o qual a Alemanha vai comprar novas ações pelo valor nominal de 2,56 euros cada, totalizando cerca de 300 milhões de euros.
Berlim, que criou um fundo de 100 bilhões de euros para participar de empresas atingidas pela crise do coronavírus, disse que planeja vender a participação na Lufthansa até o final de 2023.
“Quando a empresa estiver novamente em forma, o Estado venderá sua participação e, com sorte, com um pequeno lucro que nos colocará em uma posição de financiar os muitos e muitos compromissos que temos que atender agora, não apenas nesta empresa”, acrescentou Scholz.
As condições do acordo incluem a renúncia a pagamentos futuros de dividendos e limites ao pagamento para executivos disse a Lufthansa, acrescentando que o governo também ocupará dois assentos em seu conselho de administração, sendo que um se tornará membro do comitê de auditoria.
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