Líderes querem usar reunião para mostrar que as democracias mais ricas podem oferecer uma alternativa à crescente influência asiática. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Boris Johnson, e o presidente da França, Emmanuel Macron, participam de reunião bilateral durante a cúpula do G7
Ludovic Marin/AFP
O G7, grupo das sete democracias mais ricas do mundo, procurou neste sábado (12) conter a crescente influência da China, oferecendo a nações em desenvolvimento um plano de infraestrutura que rivalizar com uma iniciativa do presidente Xi Jinping.
O G7, cujos líderes estão se reunindo no sudoeste da Inglaterra, tem buscado uma resposta comum à crescente ofensiva da China, em ascensão econômica e militar nos últimos 40 anos.
O presidente dos EUA, Joe Biden, e outros líderes do G7 esperam que seu plano forneça uma parceria de infraestrutura para ajudar a estreitar os US$ 40 trilhões de dólares necessários para as nações em desenvolvimento até 2035, disse a Casa Branca.
“Não se trata apenas de confrontar ou enfrentar a China”, disse um alto funcionário do governo Biden. “Mas até agora não oferecemos uma alternativa positiva que reflita nossos valores, nossos padrões e nossa maneira de fazer negócios.”
O G7 e seus aliados usarão a iniciativa para mobilizar capital do setor privado em áreas como clima, saúde e segurança sanitária, tecnologia digital e equidade e igualdade de gênero, acrescentou a Casa Branca.
Não ficou imediatamente claro como exatamente o plano funcionaria ou quanto capital ele alocaria no final.
O plano da China, que Xi lançou em 2013, envolve iniciativas de desenvolvimento e investimento que se estenderiam da Ásia à Europa e além. Mais de 100 países assinaram acordos com a China para cooperar em projetos como ferrovias, portos, rodovias e outras infraestruturas.
Críticos dizem que o plano de Xi de criar uma versão moderna da antiga rota comercial da Rota da Seda para ligar a China à Ásia, Europa e além é um meio de expandir a China comunista. Pequim diz que isso reflete a “ressaca imperial” de muitas potências ocidentais, que humilharam a China durante séculos.
Os líderes do G7 — EUA, Canadá, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, França e Japão — querem usar sua reunião no balneário de Carbis Bay para mostrar que as democracias mais ricas podem oferecer uma alternativa à crescente influência da China.
O surgimento da China como potência global é tido como um dos eventos geopolíticos mais relevantes dos últimos tempos após a queda da União Soviética em 1991, que pôs fim à Guerra Fria.
A China em 1979 tinha uma economia menor do que a da Itália, mas depois de se abrir ao investimento estrangeiro e introduzir reformas de mercado, tornou-se a segunda maior economia do mundo e é líder global em uma série de novas tecnologias.
Como parte do plano do G7, os EUA trabalharão para complementar o financiamento de desenvolvimento existente e “catalisar coletivamente centenas de bilhões de dólares em investimentos em infraestrutura”, disse a Casa Branca.
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