Nuvem cinza também chegou a países vizinhos. Em menos de 10 dias em setembro, focos de calor detectados na Amazônia passam da metade do que foi contabilizado no mesmo mês em 2019. No Pantanal, alta é de 223% em comparação com o ano passado. Extensão da fumaça dos incêndios no Brasil chegam a mais de 3 mil quilômetros
A fumaça das queimadas na Amazônia e no Pantanal já se estende por mais de 3 mil quilômetros do território do país. A trajetória da fumaça aparece em imagem de satélite divulgada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quinta-feira (10).
Abaixo, veja a imagem do Inpe:
Imagem de satélite divulgada pelo Inpe mostra o deslocamento da fumaça iniciando em 8 de setembro
Inpe/Programa Queimadas
A floresta amazônica teve 12.412 focos de calor detectados pelo Inpe em setembro (entre os dias 1º e 9). Em menos de 10 dias, o número passa da metade do que foi registrado no mês inteiro do ano passado: 19.925. A média para esse período do ano é de 32.812 pontos de queimadas e, se continuar no mesmo ritmo, o bioma deverá ultrapassar mais uma vez neste ano.
O Pantanal já perdeu mais de 10% do território para o fogo neste ano, uma alta anual acumulada de 223% entre janeiro até esta quarta-feira (9), em comparação com o mesmo período de 2019. Em setembro, o bioma tem mais focos de queimadas em 9 dias do que a média histórica total para o mês: foram detectados 2.414 pontos de calor, sendo que o valor médio histórico é de 1.944 para os 30 dias.
Queimadas no Pantanal consomem desde janeiro área 10 vezes maior do que a cidade de SP
Assim, a fumaça está se deslocando para os países vizinhos e se espalha para o Sul do Brasil. Os ventos empurram as nuvens também para o Sudeste. O laboratório Lasa, da UFRJ, diz que são mais de 3 mil quilômetros de gases tóxicos e partículas lançadas na atmosfera.
Reação do governo
Mourão e Salles postam vídeo negando queimadas na Amazônia
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, publicaram em rede social um vídeo que nega que a Amazônia esteja queimando e que traz imagens de um mico-leão-dourado, animal só encontrado na Mata Atlântica.
O vídeo, de 1 minuto e 38 segundos, foi produzido pela Associação de Criadores do Pará (AcriPará), que reúne pecuaristas do estado.
Nesta quinta-feira (10), questionado por jornalistas sobre o vídeo, Mourão respondeu que “aquilo é uma integração Amazônia-Mata Atlântica”. Mas o presidente da AcriPará admitiu que o uso do mico-leão-dourado no vídeo foi uma “gafe”.
Mourão e Salles postam vídeo negando queimadas na Amazônia
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