Empresa está desenvolvendo sistema, junto do Google, para colaborar com governos e lançar aplicativos que possam rastrear a disseminação do coronavírus. Tecnologia usa informações obtidas por bluetooth. Loja da Apple fechada nos Estados Unidos
Mario Anzuoni/Reuters
A França acusou a Apple nesta terça-feira (5) de prejudicar seus esforços para combater o coronavírus, recusando-se a ajudar a tornar seus iPhones mais compatíveis com o aplicativo de monitoramento social chamado de “StopCovid”.
Governos de vários países estão desenvolvendo aplicativos para smartphones encarregados de vigiar os contatos dos usuários, afirmando que a técnica poderia manter a pandemia de coronavírus sob controle para reabertura de suas economias.
Os aplicativos usam o Bluetooth, recurso de comunicação sem fio de curto alcance, que permite que os telefones interajam com dispositivos próximos, informando quando o usuário do aparelho ficar nas proximidades de alguém que pode estar contaminado com o novo coronavírus.
A Apple e o Google, responsáveis pelos sistemas operacionais que equipam quase todos os smartphones em uso no mundo, estão desenvolvendo uma tecnologia semelhante, para disponibilizar informações para aplicativos de governos que planejam combater a disseminação da Covid-19.
O que se sabe até agora sobre a tecnologia de Apple e Google
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As empresas querem que os dados sejam armazenados nos próprios telefones, fora do alcance dos governos, dizendo que isso protegeria melhor a privacidade dos usuários. As duas gigantes já iniciaram testes de como a notificação irá funcionar.
Já as autoridades francesas querem que a Apple altere as configurações do sistema operacional para permitir que seu aplicativo acesse o Bluetooth em segundo plano para monitorar constantemente os passos dos usuários dos aparelhos. Até agora, segundo as autoridades francesas, a Apple se recusou.
Os iPhones normalmente bloqueiam o acesso ao Bluetooth, a menos que o usuário esteja com um aplicativo aberto que utilize o recurso.
A França, juntamente com alguns outros países, deseja manter os dados de contatos das pessoas em um banco de dados central, argumentando que isso facilitará o trabalho de rastreamento dos indivíduos.
“A Apple poderia ter nos ajudado a fazer o aplicativo funcionar ainda melhor no iPhone. Eles não desejam fazê-lo”, disse o ministro francês de tecnologia digital, Cedric O, à BFM Business TV.
“Lamento isso, já que estamos em um período em que todos estão mobilizados para lutar contra a pandemia, e considerando que uma grande empresa que está se saindo tão bem economicamente não está ajudando um governo nesta crise.”
Um porta-voz da Apple na França se recusou a comentar.
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Aparecido Gonçalves/Rafael Miotto/G1
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