Uma nova espécie de réptil que viveu há 237 milhões de anos foi descoberta no Paraíso do Sul, no Rio Grande do Sul. Nomeado Gondwanax paraisensis , o fóssil indica que esse animal pertence à linhagem dos dinossauros ou a um parente muito próximo. A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que afirma que o Gondwanax pode ter atingido cerca de um metro de comprimento, tornando-se um dos fósseis mais antigos dessa linhagem encontrados até hoje.
Apesar de o esqueleto ser incompleto, o que impossibilita deduzir seus hábitos alimentares com precisão, acredita-se que, como muitos de seus parentes, ele poderia ser herbívoro ou onívoro. O nome Gondwanax é uma referência ao supercontinente Gondwana, enquanto paraisensis homenageia o município onde o fóssil foi encontrado.
A descoberta reforça a relevância do Brasil no cenário internacional de estudos sobre a origem dos dinossauros, destacando a preservação de fósseis de repteis que marcaram o início da história evolutiva desses animais. “Além de abrigar alguns dos dinossauros mais antigos do mundo, o Brasil também preserva fósseis importantes para entender a trajetória evolutiva dos dinossauros”, destacou a UFSM.
O fóssil foi classificado como pertencente ao grupo “Silesauridae”, que gera debates entre cientistas. Alguns acreditam que esses répteis foram precursores diretamente dos dinossauros, enquanto outros veem como dinossauros verdadeiros. O Gondwanax paraisensis apresenta combinação uma única de características primitivas e avançadas, como um fêmur sem uma das cristas musculares típicas dos dinossauros, mas com uma estrutura sacral mais desenvolvida, queda que ele pode ter se locomovido de forma diferente de outros membros de sua linhagem.
A descoberta do fóssil foi descoberta casualmente pelo médico Pedro Lucas Porcela Aurélio, que forneceu os materiais para o Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da UFSM. O estudo sobre a nova espécie foi publicado pelo paleontólogo Rodrigo Temp Mülle no Gondwana Research .
Outros fósseis também foram descobertos no Rio Grande do Sul recentemente. Em julho, um dinossauro de 230 milhões de anos, com aproximadamente 2,5 metros de comprimento, foi encontrado em São João do Polêsine. No mesmo mês, outro fóssil, de um animal semelhante a crocodilos e batizado como Parvosuchus aurelioi , foi desenterrado, datando de 237 milhões de anos. Essas descobertas solidificaram o estado como um pólo importante para a paleontologia.
Fonte: Correio Braziliense
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