Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga são os biomas mais castigados até este 22 de agosto, com mais registros de fogo mesmo faltando uma semana para encerrar o mês. Focos de queimadas registrados nesta segunda-feira (23) no estado de São Paulo segundo o monitoramento do Inpe
BDQueimadas/Inpe
Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga já enfrentam, no acumulado parcial do ano, o maior número de focos de incêndio quando comparado ao mesmo período em 2020, mesmo faltando uma semana para fechar o mês de agosto. Os dados são do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A situação é mais acentuada na Caatinga, onde o aumento no período deste ano já de mais de 100%. Veja o comparativo do acumulado até o dia 22 em comparação com os oito primeiros meses do ano passado nos três biomas:
Mata Atlântica: 10.268 focos até 22 de agosto de 2021, contra 9.668 focos em 2020 (até 31 de agosto), um aumento de 6,20%
Cerrado: 27.001 focos até 22 de agosto de 2021, contra 24.205 focos em 2020 (até 31 de agosto), um aumento de 11,55%
Caatinga: 3.298 focos até 22 de agosto de 2021, contra 1.643 focos em 2020 (até 31 de agosto), um aumento de mais de 100%
O programa do Inpe contabiliza focos de incêndio, e não aponta o total de área queimada.
Dois biomas mais castigados nos anos anteriores por altas nos focos, a Amazônia e o Pantanal não apresentam no acumulado do ano números de foco superiores ao registrados no mesmo período do ano passado.
Apesar disso, em outra medição feita pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), órgão vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a área atingida pelo fogo este ano no Pantanal já se aproxima do registrado no mesmo período de 2020.
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“O Inpe faz monitoramento de focos de calor, que são informações pontuais dos locais onde está queimando naquele momento. Os dados do LASA são dados de área queimada, ou seja, informam o total de área consumida pelo fogo. Ambas informações são importantes para o combate e planejamento das ações de combate ao fogo. Elas na verdade se complementam”, explica Renata Libonati, coordenadora do Lasa.
Abaixo, veja detalhes do número de focos de incêndio por bioma, segundo o Inpe:
Mata Atlântica
Ainda faltando uma semana para terminar o mês de agosto, a Mata Atlântica já registra 10.268 pontos de queimadas entre janeiro e 22 de agosto, um aumento de 6% em relação ao acumulado no mesmo período do ano passado.
Em 2020, considerando o mês de agosto completo, foram 9.668 registros. O ano passado foi marcado por queimadas dentro da média no bioma, que desde 1998 tem média de 18 mil focos de fogo e no ano passado somou 17,5 mil no acumulado dos 12 meses.
Cerrado
O Cerrado brasileiro também está mais afetado pelo fogo neste ano do que no ano passado. Em 2020, no período até agosto, foram 24.205 focos de incêndio registrados pelo Inpe. Neste ano, até 22 de agosto, já são de 27 mil registros. Além disso, os números de fogo no bioma ficaram acima da média histórica em todos os meses de 2021.
O Parque Estadual do Juquery, na região metropolitana de São Paulo, possui quase 2 mil hectares de área, com vegetação de cerrado. O bioma é considerado como a savana tropical mais rica do mundo e é segundo maior do país, com uma área de 2 milhões de quilômetros quadrados que se estende por parte das regiões Nordeste, Centro oeste e Sudeste
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Caatinga
O total de registros de incêndio no bioma neste ano até o dia 22 somam 3.298 focos, um aumento de 100% em relação ao período de 2020, que teve 1.643 focos nos primeiros oito meses do ano. Todos os meses deste ano tiveram queimadas acima da média histórica na Caatinga.
Com uma paisagem fácil de ser reconhecida, a Caatinga tem como principais características o solo pedregoso, árvores baixas e troncos tortuosos. Ela abrange 11% do território nacional, com uma área de mais 844 mil quilômetros quadrados que se estende pelo Nordeste e parte do Sudeste.
Amazônia
Os focos de incêndio no bioma Amazônia acumulados desde o começo do ano até o dia 22 de agosto somam 32.006 registros. No ano passado, considerando o mês completo, foram 44.013 focos de incêndio.
Em 2021, apenas em maio os focos registrados foram superiores ao total do mesmo mês do ano passado: 1.166 contra 829. Os números verificados nos oito meses do ano até aqui são inferiores às médias considerados pelo Inpe na série histórica desde 1998. A exceção ficou também por conta de maio, mês para o qual a média é de 1007 focos e foi superada.
A Amazônia é o maior bioma do Brasil e se estende por mais de 4 milhões de quilômetros quadrados, ocupando cerca de 49,3% do território e abrangendo três (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) das regiões do país. Sua floresta tropical abriga a maior biodiversidade biológica do mundo, além da maior bacia hidrográfica do planeta.
Pantanal
Os focos de incêndio acumulados neste ano no bioma pantaneiro estão abaixo do verificado no mesmo período de 2020. No acumulado do ano, temos 1.953 registros, conforme o Programa de Queimadas do Inpe. No ano passado, considerando o mês de agosto completo, foram 10.153 focos de incêndio. Não houve nenhum mês com média acima da acumulada para cada mês na série histórica.
O Pantanal, a maior área úmida continental do planeta, ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em uma área que se estende por 210 mil quilômetros quadrados.
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Pampa
O Pampa Gaúcho viu no ano passado, sobretudo nos meses de fevereiro a abril, recordes na série histórica de queimadas. Neste ano, o Inpe somou 942 registros até domingo (22), enquanto os oito primeiros meses de 2020 somaram 942 focos.
O Pampa é o menor dos nossos biomas e ocupa 63% do Rio Grande do Sul e cerca de 2% do território nacional, abrigando a maior proporção de campos naturais preservados do Brasil.
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