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Fila em agências para receber auxílio de R$ 600 é 'algo inevitável', diz presidente da Caixa

Banco quer evitar que beneficiários do Bolsa Família e titulares das poupanças digitais recebam ao mesmo tempo, como ocorreu em abril. Data para a segunda parcela não foi divulgada. O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou nesta sexta-feira (1) que as filas no pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 são “inevitáveis”. Segundo ele, o governo atua para reduzir a aglomeração nas agências, mas não tem um plano para resolver a situação por completo.
“Não há nenhuma possibilidade de se pagar 50 milhões de pessoas em três semanas e não existir fila. Isso não existe. Não vou prometer o que é impossível. O que faremos é mitigar filas, reduzir filas”, afirmou em coletiva transmitida pela internet.
“Claramente tem que ter mais cuidado, mas é algo inevitável, pagar 50 milhões de pessoas e não ter fila”, repetiu.
O calendário para o pagamento da segunda parcela ainda não foi divulgado. Segundo Guimarães, a Caixa mudará o cronograma para que os beneficiários do Bolsa Família recebam em data diferente dos usuários da conta poupança digital – criada pela Caixa para quem ainda não tinha conta em banco.
Agências da Caixa de todo o Brasil registraram longas filas desde a última segunda, quando começou o saque em dinheiro dessas poupanças digitais. A aglomeração de pessoas ocorre em meio à pandemia da Covid-19, quando a orientação de governos e autoridades de saúde pública é o distanciamento social.
Agências da Caixa registraram filas ao longo da semana
De acordo com dados divulgados nesta sexta, a Caixa abriu cerca de 16,3 milhões de contas digitais. As tabelas também indicam que 19,2 milhões de beneficiários do Bolsa Família estão recebendo o auxílio, depositado no cartão que as famílias já usavam antes.
O presidente da Caixa afirmou que as filas aumentaram quando esses dois pagamentos coincidiram, no fim do mês. Isso, porque o percentual de beneficiários sem conta bancária – ou seja, que precisam ir à agência para sacar o dinheiro – ultrapassou o esperado.
“Ouvimos muito que era uma parcela grande com conta. A grande maioria não tinha conta, e mesmo quem tinha conta tinha uma carência grande de informação”, declarou.
O presidente da Caixa diz que muitas pessoas foram às filas apenas para pedir informação. Nas próximas parcelas, o banco promete dividir as senhas em dois grupos – um para orientação e outro para o saque do auxílio.
População relata dificuldades em receber auxílio emergencial
Sem calendário
Pelo cronograma original, divulgado no começo de abril, a segunda parcela do auxílio emergencial deveria ter sido paga a partir do último dia 27. Passados cinco dias, a Caixa ainda não anunciou novas datas para o depósito.
Segundo Guimarães, o banco ainda vai apresentar uma proposta de calendário ao ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e ao presidente Jair Bolsonaro. A divulgação, diz, deve ocorrer na próxima semana.
Em 21 de abril, Guimarães e Onyx anunciaram em coletiva que a segunda parcela seria antecipada para aquela mesma semana, graças à “grande capacidade de processamento” dos pagamentos. O anúncio foi suspenso dois dias depois e, em rede social, Bolsonaro afirmou que a ideia tinha sido divulgada “sem autorização”.
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