Em entrevista ao Wall Street Journal, o diretor do FBI, Christopher Wray, disse que a Rússia abriga muitos usuários deste tipo de ataque, em que um vírus sequestra o computador da vítima e criminosos cobram um valor em dinheiro pelo resgate. JBS, maior processadora de carne do mundo, foi alvo nesta semana. Diretor do FBI, Christopher Wray, em uma foto de 2019, durante um comitê judicial do Senado dos EUA.
Saul Loeb/AFP
O diretor do FBI (polícia federal dos EUA), Christopher Wray, disse ao Wall Street Journal que a agência está investigando cerca de 100 tipos diferentes de ataques cibernéticos do tipo ransomware, em que um vírus sequestra o computador da vítima e criminosos cobram um valor em dinheiro pelo resgate
A declaração veio após a empresa brasileira JBS, maior processadora de carne do mundo, ter sofrido um ataque ransomware, que paralisou os sistemas de seus frigoríficos nos Estados Unidos, Austrália e Canadá. A companhia afirma que 100% das suas operações globais já retornaram.
O FBI liga o ataque ao grupo russo REvil, um dos cibercriminosos mais lucrativos do mundo.
O que se sabe sobre o REvil
Na entrevista publicada nesta sexta-feira (4), Wray destacou a Rússia como país que abriga muitos usuários conhecidos de invasões cibernéticas com pedido de resgate.
Cada um dos 100 tipos de software mal intencionados é responsável por diversos ataques de ransomware nos Estados Unidos, disse Wray ao jornal.
Também nesta sexta-feira (4), o governo russo disse que o comentário do diretor do FBI de que a Rússia é um porto seguro para hackers foi “emocional”, relatou a agência de notícias RIA.
Ataque a oleoduto nos EUA
No mês passado, o Colonial Pipeline, o maior oleoduto dos EUA, foi atingido por um ataque de ransomware que prejudicou o fornecimento de combustível durante vários dias no sudeste do país. O FBI atribui a ação a um grupo que se acredita estar radicado na Rússia ou no leste europeu.
O Departamento de Justiça dos EUA está elevando as investigações de ataques de ransomware a um nível de prioridade semelhante ao de terrorismo, disse uma autoridade graduada do departamento à Reuters na quinta-feira (3).
O ransomware funciona criptografando os dados da vítima, e normalmente os hackers oferecem uma chave a esta em troca de pagamentos em criptomoedas que podem chegar a centenas de milhares ou até milhões de dólares.
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