Rede social mantém algumas falas de figuras públicas que violam suas regras por entender que elas são de interesse público. Agora, vai considerar riscos de mantê-las no ar. Facebook
Richard Drew/AP Photo
O Facebook anunciou na última sexta-feira (4) que os posts de políticos serão tratados da mesma forma que os publicados pelos demais usuários. A mudança pode ampliar a remoção de posts de figuras públicas.
A nova regra foi adotada após recomendação do Comitê de Supervisão, grupo independente que analisa as decisões de moderação do Facebook. O conselho orientou a plataforma a ser mais transparente sobre a política que trata de posts de interesse público.
A rede social considera que algumas falas de políticos que violam suas regras devem ser mantidas no ar por conta da noticiabilidade. Essas publicações também ficam livres de outras punições, como a redução do alcance.
Segundo o Facebook, essa medida é aplicada para um pequeno número de posts. Em alguns casos, porém, a permanência do conteúdo pode representar riscos. Por isso, a plataforma promete remover posts em que o perigo para os usuários é maior do que o interesse público.
Para oferecer mais transparência, a rede social vai indicar quando o critério da noticiabilidade foi levado em conta para manter posts controversos visíveis.
“Não trataremos o conteúdo postado por políticos de forma diferente do conteúdo postado por outra pessoa”, afirmou Nick Clegg, vice-presidente de Relações Públicas Globais do Facebook.
“Em vez disso, vamos simplesmente aplicar nosso teste para balancear a noticiabilidade da mesma forma para todo conteúdo, medindo se o valor do interesse público do conteúdo supera o risco potencial de dano de deixá-lo no ar”, continuou.
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Facebook cria sistema de ‘strikes’
Em comunicado, a empresa também anunciou um sistema de “strikes”, como é chamado o modelo em que violações de regras são acumuladas e podem levar a punições maiores. Com a mudança, cada post que descumprir as normas será removido e poderá contar como um “strike”.
O Facebook explica que a decisão sobre aplicar ou não um “strike” vai depender da gravidade da violação. Pelas regras, quanto maior o número de alertas, maior a punição.
Estas são as medidas previstas para contas no Facebook:
1 “strike”: aviso ao usuário e nenhuma restrição;
2 “strikes”: restrição de um dia para criar conteúdo, o que inclui postar, comentar, fazer transmissões ao vivo ou criar uma página;
3 “strikes”: restrição de três dias para criar conteúdo;
4 “strikes”: restrição de sete dias para criar conteúdo;
5 “strikes” ou mais: restrição de 30 dias para criar conteúdo.
Para a maioria das violações, a rede social vai considerar a quantidade de alertas nos 90 dias anteriores. Em casos mais graves, como o de exploração sexual infantil, o período será de quatro anos. Nestas situações, a rede social poderá determinar punições maiores, como a remoção da conta.
As punições poderão ser aplicadas não só para o usuário, como para páginas e grupos em que uma determinada violação ocorreu. De acordo com Clegg, o sistema foi adotado para “as pessoas saberem quais ações nossos sistemas tomarão se elas violarem nossas políticas”.
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