EXPLOSÃO DA CESTA BÁSICA FAZ BOLSONARO PEDIR PATRIOTISMO A SUPERMERCADOS
O assunto de maior destaque no fim de semana prolongado foi a explosão de preços da cesta básica em todo o Brasil.
Em agosto, os preços dos produtos aumentaram em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na comparação com o mês anterior.
Em quatro capitais (Curitiba, Brasília, Natal e João Pessoa), o custo da cesta básica diminuiu.
Segundo levantamento da GloboNews, o aumento médio dos produtos da cesta básica ultrapassou 4% em agosto, para uma inflação anual abaixo de 2%.
Presidente Bolsonaro se impressionou com este noticiário e promete discutir o assunto ao longo da semana. Ele pediu “patriotismo” aos donos de supermercados.
DEBATE – A explosão de preços dominou os principais programas de debates na TV fechada. Entre as causas apontadas por especialistas, destacam-se: aumento das exportações, entressafra em setembro, aumento de consumo na quarentena, deficiência na oferta de embalagens, aumento do dólar, etc.
Em diversos estados, os Procon estão questionando os supermercados sobre esta explosão.
ARROZ – O vilão é o arroz, com preços entre R$ 20 e R$ 40, em todo o Brasil.
Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) diz que o fator com mais impacto nessa alta é a pressão no mercado internacional.
Em nota, disse que houve “aumento significativo na demanda do mercado externo, o que, somado à restrição de oferta por alguns países exportadores, com vistas a assegurar o abastecimento interno, ocasionou a forte valorização do grão”.
Governo Federal deve dar resposta a esta crise nas próximas horas, pois a população está protestando intensamente nas redes sociais, apontando a venda do arroz até a R$ 44 o quilo.
COVID – Número diário de mortes pela covid-19 no Brasil tem caído nos últimos dias, ficando sempre abaixo de mil. Nas últimas 24 horas, foram registrados 310 novos óbitos.
No mundo, repercute o crescimento acentuado de casos de covid-19 na Índia, que tende a ultrapassar o Brasil nos índices oficiais.
POUPANÇA – Caderneta de poupança voltou a atrair o interesse dos brasileiros em meio à pandemia. No mês passado, os investidores depositaram R$ 11,4 bilhões a mais do que retiraram da aplicação, segundo o Banco Central.
A captação líquida é oito vezes maior que a de agosto do ano passado. O resultado de agosto é o maior já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1995. A poupança acumula entrada líquida de R$ 123,98 bilhões nos oito primeiros meses do ano.
DÉFICIT – Contas públicas do Governo Federal devem fechar este ano com déficit de R$ 866,4 bilhões. O valor corresponde a 12,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Ministério da Economia.
A meta de déficit primário para este ano era de R$ 124,1 bilhões (1,7% do PIB), mas o decreto de calamidade pública dispensou o Governo de cumprir tal objetivo.
O impacto fiscal devido à pandemia já soma R$ 605 bilhões. Desse total, R$ 584,3 bilhões são aumento de despesas e R$ 20,6 bilhões correspondem a perdas de receita geradas por redução de tributos.
WHAT – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição deverá autorizar o funcionamento do recurso de pagamentos e transferências pelo Whatsapp. A declaração foi feita em entrevista à rede de TV estadunidense Bloomberg
“Projetos como estes devem passar por um processo de aprovação. Quando o Whatsapp propôs o arranjo, entendemos que era um arranjo grande. Dissemos que como era grande e tinha várias dimensões, pedimos que entrassem no rito de aprovação como ocorre normalmente. E será aprovado”, afirmou.
ESCOLAS – Pesquisa do Ibope mostrou que 72% dos entrevistados no Brasil consideram que alunos só devem retornar presencialmente às escolas depois que uma vacina estiver disponível.
Até o momento, apenas o estado do Amazonas mantém o retorno presencial às escolas.
Os estados de São Paulo e Paraná têm hoje tentativa de volta às aulas em alguns municípios.
AGENDA – Presidente Bolsonaro reúne hoje de manhã, no Palácio do Planalto, o Conselho de Governo.
ECONOMIA – Bolsa de Valores fechou na sexta-feira aos 101,2 mil pontos.
E dólar a R$ 5,30.
Por RENATO RIELLA
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