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Empreendedorismo materno: 5 dicas para mães que querem ter o próprio negócio

Dani Junco criou uma empresa que acelera negócios de mães empreendedoras. Para ela, essas mulheres precisam ser líderes e livres economicamente. “Nunca, sob nenhuma circunstância, subestime uma mãe que quer ser um exemplo pro seu filho”.
É com essa frase que Dani Junco, criadora da B2Mamy, uma aceleradora de negócios para mães empreendedoras, define o potencial das mulheres que experimentam a maternidade e querem ter seu próprio negócio.
Dani estuda e divide conhecimento sobre empreendedorismo materno desde 2015, quando estava grávida do filho Lucas. Desde então, ouve muitas mães e percebe que as dores delas são muito parecidas e os obstáculos os mesmos.
“Essas mães precisam ser líderes e livres economicamente. Isso é possível através da educação, da conexão e do acesso ao capital”, afirma.
Grupo de mães na Casa B2Mamy, o primeiro espaço de inovação family friendly do Brasil, criado por Dani Junco
Divulgação
É o momento certo para empreender?
Dani faz um alerta: nada de romantizar o empreendedorismo materno. Quem pensa em ser dona de uma empresa para ter mais tempo com o filho vai se frustrar. Empreender exige dois elementos fundamentais: tempo e dinheiro.
Começar um projeto do zero sem esses elementos é muito difícil. Mas a empresária sugere um caminho.
“Tem milhares de mães que já começaram um negócio e estão lá na frente. Elas estão precisando de ajuda. Lista 10 empresas que você gosta, bate na porta delas e oferece ajuda. É muito mais rápido”.
Para quem tem um projeto bem definido, tempo e dinheiro disponíveis, Dani dá 5 dicas sobre empreendedorismo materno (veja mais no vídeo acima):
Tenha uma rede de apoio: definir quem cuidará da criança – seja de forma remunerada, seja com a ajuda da família – é importante para gerenciar o tempo e organizar o trabalho.
Seja gentil com pessoas e agressiva com números: é preciso ter um olhar apurado para números e dinheiro. Questione: “Quanto eu tenho de dinheiro, quanto eu aguento de investimento? O que eu tenho de tempo disponível? Quem sou eu nessa equação? ”.
Se conecte com outras pessoas: encontre uma comunidade para ajudar e ser ajudada.
Comece já: quando você tem uma ideia e já sabe o que e como fazer não é preciso esperar. Precisa fazer o projeto funcionar.
Olhe para a tecnologia: é muito importante ter processos automatizados. “Não estou falando da tecnologia que leva o foguete pra Nasa, mas em saber mexer em plataforma, saber colocar um meio de pagamento, fazer um link”, explica Dani.
Cenário desigual
Negócios liderados por mulheres apresentam rendimento menor e possuem menos funcionários, segundo pesquisa da Rede Mulher Empreendedora (RME). Quando o recorte é o setor de tecnologia, apenas 4,7% das startups brasileiras foram fundadas exclusivamente por mulheres e 5,1% por mulheres e homens, de acordo Female Founders Report 2021.
“Quando falamos de mulheres mães, o cenário é ainda pior”, diz Dani.
Para a especialista, as mães se sentem sozinhas e sem apoio, e o acesso ao crédito ainda é muito mais difícil para elas. Para mudar a situação, é preciso que as empresas e o mercado reconheçam essas mulheres.
“Se as empresas e as pessoas que detém o poder do capital soubessem da potência de uma mulher quando ela se torna mãe, o cenário seria diferente”, diz.
‘Mulheres são mais colaborativas e têm visão mais humana do negócio’
As mães têm características específicas que ajudam muito no mundo do empreendedorismo. Dani Junco diz ter se tornado uma empresária muito melhor do que era antes de ser mãe.
“Eu sou uma líder melhor, tenho mais empatia, entendo o tempo das coisas e consigo me organizar de forma mais produtiva. Também fiquei mais criativa, porque meu filho me desafia a criar uma nova habilidade a todo momento”.
Conheça a história de mulheres empreendedoras que inspiram:

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