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'Embraer não atendeu às condições necessárias', diz Boeing em nota

Empresas planejavam criar uma joint venture (nova empresa) na área de aviação comercial da empresa brasileira e uma segunda joint venture para desenvolver novos mercados para a aeronave de transporte aéreo médio e mobilidade C-390 Millenium.
Combinação de fotos com as marcas da Boeing e da Embraer.
Denis Balibouse/Reuters; Roosevelt Cassio/Reuters
A Boeing anunciou neste sábado (25) que rescindiu contrato com a fabricante brasileira de aeronaves Embraer pelo qual as empresas planejavam criar uma joint venture (nova empresa) na área de aviação comercial da empresa brasileira e uma segunda joint venture para desenvolver novos mercados para a aeronave de transporte aéreo médio e mobilidade C-390 Millenium. A justificativa foi que a empresa brasileira “não atendeu às condições necessárias”.
Na nota, a Boeing afirma que, pelo acordo, o dia 24 de abril de 2020 era a data limite inicial para rescisão, passível de extensão por qualquer uma das partes, caso algumas condições fossem cumpridas. A Boeing exerceu seu direito de rescindir após a Embraer não ter atendido às condições necessárias, afirmou – veja íntegra abaixo.
De acordo com a nota, a Boeing e a Embraer irão manter o contrato vigente relativo à comercialização e manutenção conjunta da aeronave militar C-390 Millenium assinado em 2012 e ampliado em 2016.
“A Boeing trabalhou diligentemente nos últimos dois anos para concluir a transação com a Embraer. Há vários meses temos mantido negociações produtivas a respeito de condições do contrato que não foram atendidas, mas em última instância, essas negociações não foram bem-sucedidas. O objetivo de todos nós era resolver as pendências até a data de rescisão inicial, o que não aconteceu”, disse Marc Allen, presidente da Boeing para a parceria com a Embraer e operações do Grupo, na nota da empresa.
“É uma decepção profunda. Entretanto, chegamos a um ponto em que continuar negociando dentro do escopo do acordo não irá solucionar as questões pendentes”, complementou.
A parceria proposta entre a Boeing e a Embraer havia recebido aprovação incondicional de todas as autoridades regulatórias, exceto a Comissão Europeia.
Pelo acordo, a companhia norte-americana deteria 80% da divisão de aeronaves comerciais da fabricante brasileira, que ficaria com os 20% restantes.
Em nota na tarde deste sábado (25), a Embraer afirmou que a Boeing rescindiu “indevidamente” o acordo entre as empresas na área comercial e que a empresa norte-americana “fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação”.
No comunicado da Embraer, a empresa diz estar em conformidade com suas obrigações, cumprindo todas as condições necessárias para o acordo. A empresa ainda diz que buscará as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos pela rescisão do acordo.
O cancelamento ocorre em meio aos impactos causados pelo coronavírus no mercado de aviação.
Embraer tentava prorrogar data
No último dia 22, a Embraer afirmou que estava discutindo prorrogar a data limite inicial para conclusão do acordo de venda de sua operação comercial para a norte-americana Boeing.
“Embraer e Boeing estão mantendo discussões quanto à operação, incluindo em relação à prorrogação da data limite inicial” para conclusão do acordo, inicialmente prevista para 24 de abril, afirmou a companhia brasileira em comunicado.
O acordo
A operação foi anunciada em julho de 2018, nove meses após a compra de parte da Bombardier pela Airbus – outras duas gigantes da aviação comercial. A nova empresa, resultante dessa união, teria capital avaliado em US$ 4,75 bilhões.
A transação seria feita em duas “etapas”. Em uma delas, a Boeing compraria 80% do capital da Embraer ligado à aviação comercial – produção de aeronaves regionais e comerciais de grande porte.
Na outra transação, Embraer e Boeing criariam uma joint venture (nova empresa) voltada à produção da aeronave KC-390, de transporte militar – cargueiro é o maior modelo produzido no Brasil.
Joint venture é uma empresa criada a partir dos recursos de duas companhias que se unem e passam a partilhar os custos e dividir seus resultados financeiros (lucros e prejuízos).
No caso da Embraer e Boeing, a expectativa era de que a nova empresa geraria uma sinergia anual de custos estimada em cerca de US$ 150 milhões, sem considerar impostos, até o terceiro ano do negócio.
Veja a nota da Boeing:
“A Boeing anunciou hoje que rescindiu o Contrato de Transações Mestre (Master Transaction Agreement-MTA) com a Embraer pelo qual as empresas buscavam estabelecer um novo patamar de parceria estratégica. As partes planejavam criar uma joint venture composta pelo negócio de aviação comercial da Embraer e uma segunda joint venture para desenvolver novos mercados para a aeronave de transporte aéreo médio e mobilidade C-390 Millenium.
Segundo o acordo, o dia 24 de abril de 2020 era a data limite inicial para rescisão, passível de extensão por qualquer uma das partes caso algumas condições fossem cumpridas. A Boeing exerceu seu direito de rescindir após a Embraer não ter atendido as condições necessárias.
“A Boeing trabalhou diligentemente nos últimos dois anos para concluir a transação com a Embraer. Há vários meses temos mantido negociações produtivas a respeito de condições do contrato que não foram atendidas, mas em última instância, essas negociações não foram bem-sucedidas. O objetivo de todos nós era resolver as pendências até a data de rescisão inicial, o que não aconteceu”, disse Marc Allen, presidente da Boeing para a parceria com a Embraer e operações do Grupo. “É uma decepção profunda. Entretanto, chegamos a um ponto em que continuar negociando dentro do escopo do acordo não irá solucionar as questões pendentes”.
A parceria proposta entre a Boeing e a Embraer havia recebido aprovação incondicional de todas as autoridades regulatórias, exceto a Comissão Europeia.
A Boeing e a Embraer irão manter o contrato vigente relativo à comercialização e manutenção conjunta da aeronave militar C-390 Millenium assinado em 2012 e ampliado em 2016”.
Situação das gigantes aéreas Embraer, Boeing, Airbus e Bombardier
Alexandre Mauro/G1

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