'Eles nos veem como uma ameaça', diz Greta Thunberg sobre ataques recentes de Bolsonaro e Trump thumbnail
Meio Ambiente

'Eles nos veem como uma ameaça', diz Greta Thunberg sobre ataques recentes de Bolsonaro e Trump

Ativista do clima também afirmou que teria sido “uma perda de tempo” conversar com Donald Trump e que gostaria de “ser uma adolescente normal”. A sueca Greta Thunberg, em Montreal, em protesto do movimento “greve mundial pelo clima”.
Martin Ouellet-Diotte/AFP
A ativista adolescente do clima Greta Thunberg disse nesta segunda-feira (30) que os ataques recentes dos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump contra ela demonstram, na verdade, que eles estão aterrorizados com jovens que lutam por mudanças.
“Estes ataques são engraçados, porque obviamente não significam nada”, disse Greta durante uma entrevista a um programa de rádio da BBC London.
“Acho, claro, que significa algo: que eles estão aterrorizados com o fato de pessoas jovens provocarem mudanças que eles não querem. Mas isso, na verdade, só prova que estamos fazendo algo e que eles nos veem como um tipo de ameaça.”, disse Greta sobre os ataques de Bolsonaro e Trump.
Em dezembro, o presidente dos Estados Unidos, Donalda Trump, disse no Twitter que Greta precisa de um tratamento para a raiva, enquanto que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, a chamou de “pirralha”.
Greta chamou a atenção do mundo quando iniciou uma campanha espontânea aos 15 anos, faltando à escola às sextas-feiras para protestar em frente ao Parlamento sueco contra as mudanças climáticas. Este ano, a jovem foi eleita pela revista Time como a Pessoa do Ano de 2019.
Apesar do reconhecimento internacional de sua luta, Greta também afirmou nesta segunda (30) que gostaria de ter uma vida normal.
“Espero não ter que continuar sendo uma ativista do clima. Só quero ser como todo mundo. Quero me educar e ser uma adolescente normal”.
‘uma perda de tempo’
Greta também afirmou durante a entrevista que teria sido “uma perda de tempo” conversar com Trump durante a cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o aquecimento global, realizada em setembro, em Nova York.
Indagada sobre o que teria dito ao presidente norte-americano se tivessem conversado na ocasião, Greta respondeu que “Sinceramente, acho que não teria dito nada, porque obviamente ele não está ouvindo os cientistas e especialistas, então por que me ouviria?”. “Então eu provavelmente não teria dito nada, não teria perdido meu tempo”, acrescentou.
Um vídeo da ativista sueca de 16 anos olhando de modo furioso para Trump durante a cúpula do clima da ONU em Nova York viralizou nas redes sociais.
Na ONU, Greta Thunberg observa chegada de Donald Trump
Quem é Greta Thunberg, a ativista de 16 anos que está por trás da greve global pelo clima
Durante a cúpula do clima, Trump afirmou que está retirando os EUA do Acordo de Paris de 2015, acordo que reúne esforços dos países para combater mudanças climáticas.
‘Ela está feliz, mas eu me preocupo’, diz pai
‘Ela está feliz, mas eu me preocupo’, diz pai da ativista Greta Thunberg
Ainda durante a entrevista nesta segunda (30), o pai da ativista, Svante Thunberg, disse que reconhece que a filha está mais feliz desde que começou os protestos, mas que se preocupa com os ataques de ódio contra Greta. “Ela está feliz, mas me preocupo com os haters”, afirmou.
Durante a infância, Greta foi diagnosticada com síndrome de Asperger, uma forma de autismo. Segundo Svante, a filha também enfrentou depressão por “três ou quatro anos” e chegou a parar de falar e comer antes de se tornar ativista pelo clima.
Apesar de não aprovar algumas ações da filha, como faltar todas as sextas-feiras para protestar em frente ao Parlamento da Suécia, Svante disse apoia Greta. “Fiz todas essas coisas, sabia que eram as coisas certas a fazer, mas não fiz para salvar o clima, fiz para salvar minha filha”, disse.

Tópicos