Rendimento da população deve estagnar ou cair em 2020, principalmente na América Latina e África subsaariana, segundo relatório. Panorama da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Estados Unidos
Lucas Jackson/Reuters
Pessoas em vários países, principalmente na América Latina e na África subsaariana, verão sua renda estagnar ou diminuir este ano, disse a Organização das Nações Unidas nesta quinta-feira (16), em relatório.
Uma década após a crise financeira, a economia global permanece lenta e as tensões comerciais e geopolíticas podem prejudicar ainda mais a recuperação, disse a ONU.
A economia mundial expandiu apenas 2,3% no ano passado, seu ritmo mais lento em uma década, e poderá crescer 2,5% em 2020 se os riscos negativos forem afastados, informou um relatório da ONU.
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“Para este ano, há uma esperança de aceleração, mas os riscos e vulnerabilidades negativos permanecem muito significativos”, disse Richard Kozul-Wright, chefe de estratégias de globalização e desenvolvimento da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento e autor do relatório.
“Boa parte da aceleração que vemos para este ano dependem do desempenho de grandes economias emergentes”, disse Kozul-Wright em uma entrevista coletiva, citando Argentina, México, Turquia e Rússia.
Projeções de crescimento
A Organização das Nações Unidas espera que o crescimento permaneça “anêmico” na maioria das economias avançadas, incluindo os Estados Unidos. O Japão pode se sair melhor por causa das Olimpíadas, disse Kozul-Wright.
“Um grande número de países verá realmente estagnação ou declínio na renda per capita este ano, predominantemente na América Latina e na África Subsaariana”, disse ele, sinalizando o fardo do pagamento da dívida e do pagamento de juros.
Na semana passada, o Banco Mundial cortou sua previsão de crescimento global para 2019 e 2020 devido a uma recuperação mais lenta do que o esperado no comércio e no investimento. A instituição também prevê o crescimento de 2020 em 2,5%
Os Estados Unidos e a China assinaram a Fase 1 do acordo comercial na quarta-feira (15), amenizando uma disputa de 18 meses que atingiu o crescimento global.
“O impacto direto das tarifas na desaceleração provavelmente não é tão grande … mas os efeitos indiretos da quebra das cadeias de suprimentos e outras partes dessa história no investimento parecem ser mais significativos”, disse Kozul-Wright.
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