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É possível identificar a origem de um vídeo íntimo falso recebido pelo WhatsApp?

Tira-dúvidas também aborda golpe com ligação do próprio número e cadastro de aparelhos na conta Google. Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados etc.), envie um e-mail para g1seguranca@globomail.com. A coluna responde perguntas deixadas por leitores às quintas-feiras.
Ferramentas de busca como Google e Bing permitem encontrar imagens visualmente parecidas. Recurso pode funcionar com vídeos, mas é mais limitado.
reprodução
Vídeo falso pelo WhatsApp
Meu marido recebeu um vídeo pornô que encaminharam para ele e ele tem certeza que sou eu de costas com o cara do vídeo! Tenho a consciência tranquila que não sou eu, já expliquei para ele, tenho absoluta certeza que não sou! Estamos com 22 anos de casado, dois filhos, e esse vídeo está acabando com nosso casamento. Meu marido quer que eu confesse que sou eu no vídeo, mas nunca estive com ninguém! Gostaria de saber a origem do vídeo para que meu casamento não se acabe! – (nome ocultado pelo blog
Em casos como este, a veracidade do vídeo não deve ser analisada com base no conteúdo, mas sim no contexto. Como esse arquivo foi recebido? Quem o enviou? É possível rastrear a pessoa responsável e pedir mais explicações? Existe alguma informação no vídeo que possa ser verificada, como a localização ou a data?
Nesse caso, como o vídeo só mostra uma pessoa de costas, isto por si só já é muito suspeito. É claramente uma denúncia sem qualquer credibilidade.
Pessoas mal-intencionadas podem facilmente abalar relacionamentos e amizades com imagens falsas ou histórias mentirosas. Se não houver bons motivos para confiar em alguma história ou imagem, o que deve prevalecer é a confiança já estabelecida pela convivência.
Para responder sua pergunta, identificar a “origem” de um vídeo é bastante difícil.
Em alguns casos, se a cena fizer parte de algum filme ou série popular, pode ser possível identificar o material original enviando algumas fotos do conteúdo para um serviço como o Google Imagens ou Bing. O serviço realiza a “pesquisa reversa”, encontrando outras cenas semelhantes que já estão na internet.
Além de bastante limitada, essa pesquisa funciona só para imagens estáticas. No entanto, se alguém realizou uma captura de imagem do vídeo parecida com a imagem que você procurou, o vídeo original pode acabar aparecendo nos resultados da pesquisa.
Se for um vídeo menos difundido, a chance de sucesso é muito menor.
Não parece ser o seu caso, mas às vezes é necessário cogitar a possibilidade de que o vídeo tenha sido editado. Já estão surgindo algumas tecnologias de “deepfakes” que conseguem adulterar imagens e diálogos com alto grau de fidelidade, simulando conversas e imagens de pessoas nuas. Recentemente, o Facebook derrubou uma rede de contas falsas cujos perfis tinham fotos geradas por inteligência artificial.
Também já existem algoritmos que podem criar nus convincentes de pessoas específicas. Quem não souber da existência desse tipo de programa pode acabar acreditando que a imagem é real sem avaliar com mais cuidado o contexto e o conteúdo da foto, principalmente se não conhecer bem a pessoa.
No caso dos vídeos, é ainda mais difícil identificar o material de origem de um vídeo que sofreu edições – até pequenas mudanças como cortes ou espelhamento (inversão da imagem) podem tornar um vídeo irreconhecível para sistemas de identificação.
Por essa razão, ao menos inicialmente, o contexto do vídeo deve pesar muito mais que seu conteúdo.
Ligações telefônicas não devem abrir celular para ataques
Tomasz Piskorski/Freeimages.com
Ligação do próprio número
Recebi informação que o novo golpe é que você pode receber ligação do seu próprio celular, e que isso podem acessar todos os seus dados, senhas etc… Isso procede? Pode ocorrer? – José Francisco
José, a “ligação recebida do próprio número” era um efeito colateral do acesso indevido à caixa postal (ou “correio de voz”) do celular. Esse truque foi usado para acessar as contas do Telegram de autoridades no Brasil, mas ele não dá acesso a “todos os dados e senhas” e não há indícios de que esta fraude ainda seja possível.
Para resumir o problema: alguns serviços enviam códigos de acesso por ligação telefônica. Essa ligação pode cair na caixa postal se o seu celular estiver ocupado, deixando o código de acesso gravado lá. Se um hacker entrar na sua caixa postal, ele poderá ouvir o “recado” e pegar e código.
No Brasil, era possível acessar a caixa postal discando o seu próprio número. Essa configuração permitia abusos com a manipulação do Caller ID (que informa a origem da chamada), convencendo a rede de telefonia a redirecionar uma chamada para a caixa postal.
As operadoras já modificaram a forma de acesso da caixa postal. Agora, pode ser preciso uma senha e a discagem de um número específico, fechando a porta de entrada usada por esse truque.
Serviços que não enviam códigos por ligação telefônica não são vulneráveis. Também não foram registradas outras fraudes semelhantes no Brasil após as mudanças feitas pelas operadoras. Sendo assim, mesmo que você receba uma ligação do próprio número por conta de uma manipulação da origem da chamada, isso não significa que um criminoso poderá acessar suas informações.
Imagens de aparelho antigo no Google Fotos
Olhando minha galeria de fotos pelo app do Google Fotos, tinha algumas fotos de pessoas que eu não conheço. As fotos são de um celular que eu já tive e não utilizo mais, se não me engano. Não sei qual atitude eu deveria tomar. – E. Nogueira
Você precisa verificar os dispositivos conectados em sua conta Google. Você pode acessar o painel da sua conta Google e procurar pela opção de “Dispositivos conectados” (“Seus dispositivos” na área “Segurança”) ou acessar diretamente este link (https://myaccount.google.com/device-activity).
Desvincule dispositivos antigos que você não usa mais em sua conta para garantir que ninguém tenha acesso. Se você confirmar que esse aparelho antigo ainda está com acesso à sua conta, troque a senha da sua conta para garantir que o acesso seja encerrado em definitivo.
Dúvidas sobre segurança digital? Envie um e-mail para g1seguranca@globomail.com.

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