Na sexta-feira (4), moeda norte-americana recuou 0,98%, cotada a R$ 5,0341, menor patamar fechamento desde 18 de dezembro de 2020. Homem conta notas de dólar em casa de câmbio
Reuters
O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (4), mantendo-se abaixo de R$ 5,10 e renovando as mínimas frente ao real, após dados de emprego nos Estados Unidos mais fracos que o esperado.
A moeda norte-americana caiu 0,98%, vendida a R$ 5,0341. Veja mais cotações.
Na quarta-feira (2), a moeda norte-americana recuou 1,22%, cotada a R$ 5,0839. Foi o menor patamar de fechamento desde 18 de dezembro de 2020 (R$ 5,0818). Na parcial do mês, o dólar acumula queda de 3,64%. No ano, tem queda queda de 2,95% frente ao real.
Cenário
Os postos de trabalho fora do setor agrícola aumentaram em 559 mil no mês passado, informou o Departamento do Trabalho em seu relatório de empregos nesta sexta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam abertura líquida de 650 mil vagas de emprego em maio.
A reação negativa do dólar se deveu ainda ao fato de que, na véspera, dados de emprego privado nos EUA vieram mais fortes que o esperado, o que levou o índice da moeda norte-americana no exterior a uma máxima em três semanas.
“Os dados garantem tempo ao Fed, ou seja, sem pressa para acelerar o processo de normalização monetária”, disse Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos, à Reuters. “No geral, números positivos para os ativos de risco.”
O exterior pró-risco fortalece no câmbio os efeitos do já positivo ambiente local, num misto de cenário externo benigno e, do lado doméstico, retirada do risco de ruptura fiscal aguda no curto prazo, sinais de aceleração do crescimento econômico e juros mais altos, destaca a Reuters.
As vendas de dólares foram ditadas novamente por um movimento de “compra de Brasil”, a exemplo dos últimos dias, quando dados melhores do PIB provocaram um rali nos ativos domésticos.
Apesar dos ganhos recentes, o real ainda está quase 17% mais fraco que o peso mexicano no acumulado dos últimos dois anos. A moeda mexicana é muitas vezes vista como a principal concorrente do real no mundo emergente.
A economia em ritmo mais acelerado e novos riscos à inflação relativos à crise hídrica começam a guiar mais analistas a projeções de Selic de até 7,5% para 2022, com alguns vendo 6,5% ainda neste ano, o que indica que nos próximos meses o Banco Central teria de abandonar o discurso de normalização “parcial” da política monetária.
Victor Scalet, estrategista macro da XP, disse que a melhora do sentimento em relação ao Brasil e a expectativa de continuação de elevações de juros já têm despertado mais interesse de clientes estrangeiros para investimentos em renda fixa e bolsa do Brasil – o que prenuncia ingresso de dólares ao país.
“Nos dois casos, o Brasil ainda não é o ‘queridinho’ do mundo. Mas é muito sensível o aumento da quantidade de perguntas sobre o que você está olhando na curva de juros, o que você está olhando de crescimento… Esse é o primeiro sinal de que se está fazendo a lição de casa para ver se vai investir ou não. A gente está começando a ver os motores esquentando”, afirmou.
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Economia G1
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