Na quinta-feira, a moeda norte-americana subiu 1,77%, a R$ 5,3984. Na parcial da semana, avanço é de 4,07%. Nota de US$ 5 dólares
REUTERS/Thomas White
O dólar opera em queda nesta sexta-feira (8), devolvendo parte dos fortes ganhos registrados na última sessão, com os investidores de olho na política norte-americana e no processo de vacinação contra a Covid-19 no Brasil.
Às 9h10, a moeda norte-americana caía 0,55%, vendida a R$ 5,3686. Veja mais cotações.
Na quinta-feira, o dólar fechou em alta de 1,77%, a R$ 5,3984, passando a acumular avanço de 4,07% na parcial da semana e do ano.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em maio e setembro de 2021.
Cenário global e local
Os investidores contam com mais estímulo para lidar com a contração provocada pela pandemia antes do relatório de emprego nos Estados Unidos. Os dados do governo dos EUA devem mostrar que a recuperação do mercado de trabalho desacelerou com força em dezembro, provavelmente devido ao aumento dos casos de Covid-19 no país.
Na semana, os mercados globais foram impulsionados pela esperança de que uma onda democrata no Senado dos Estados Unidos levaria a um grande pacote de estímulo fiscal no país e pelo otimismo de que o lançamento de vacinas contra o coronavírus alimentará uma forte recuperação global.
No Brasil, a alta do dólar tem sido influenciada pela desvalorização da moeda no exterior e também por permanentes preocupações com a situação da saúde das contas públicas e incertezas sobre o andamento de reformas estruturais no Congresso.
O real já ocupa o posto de segundo pior desempenho global neste ano, com queda nominal de 3,86%, destaca a agência Reuters. A divisa doméstica está melhor apenas que o rand sul-africano, que cai 4,9%.
“O real é uma moeda com um comportamento desconectado do resto do mundo. O Brasil mais uma vez não aproveita o bom momento do ambiente externo, favorável a países emergentes, principalmente no caso dos produtores de commodities”, disse Leonardo Monoli, gestor do Opportunity Total.
O dólar vem em rota ascendente desde 10 de dezembro, quando fechou numa mínima em seis meses de R$ 5,0417. Desde essa data, a moeda saltou 7,10%.
Alguns analistas defendem que o Banco Central promova atuações regulares no mercado, por meio de programa de leilões de câmbio, num contexto em que o fluxo cambial dá sinais de que continuará negativo à medida que exportadores não internalizam as receitas de suas vendas, preferindo deixar os recursos no exterior.
Em dezembro, o Brasil teve fluxo negativo de US$ 3,932 bilhões na conta comercial (exportação menos importação), com o déficit total no mês, incluindo as operações financeiras, ficando em US$ 8,353 bilhões. Em 2020, deixaram o país via câmbio contratado US$ 27,923 bilhões, segundo pior resultado da história, após o rombo de US$ 4,768 bilhões em 2019.
A moeda brasileira continua também sentindo efeitos do juro baixo, que tira do câmbio o amortecedor para eventos de maior estresse externo ou interno. Com a queda da Selic a 2% ao ano e a inflação acima de 3%, o juro real no Brasil está negativo, o que desestimula a compra de ativos lastreados em reais por investidores.
Na cena política, o presidente Jair Bolsonaro voltou a questionar o sistema eleitoral brasileiro, dizendo que se não houver voto impresso nas eleições de 2022, “nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos”. As declarações provocaram reações contundentes do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso.
Bolsonaro volta a questionar sistema eleitoral brasileiro e faz previsão em tom de ameaça
Histórico da variação do do dólar
Economia G1
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