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Dólar abre em alta, com mercado repercutindo sinalização do Fed de novas altas nos juros nos próximos meses

Na véspera, a moeda norte-americana caiu 1,15%, vendida a R$ 4,8063, no menor fechamento desde 6 de junho de 2022. Cédulas de dólar
John Guccione/Pexels
O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (15), em um movimento de correção dos mercados após um movimento de queda expressiva observado nas últimas semanas.
Investidores repercutem, principalmente, a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de manter as taxas de juros entre 5,00% e 5,25% ao ano, mas sinalizando que novas altas devem ocorrer nos próximos meses.
Às 09h05, a moeda norte-americana subia 0,54%, cotada a R$ 4,8321. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar teve queda de 1,15% e fechou cotado a R$ 4,8063, no menor patamar desde 6 de junho de 2022. Com o resultado, a moeda passou a acumular quedas de:
1,43% na semana;
5,26% no mês;
8,94% no ano.

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Os mercados globais seguem repercutindo a decisão de política monetária anunciada pelo Fed nesta quarta-feira (14). A instituição manteve as taxas de juros inalteradas em um patamar entre 5,00% e 5,25% ao ano, que é o maior desde 2007. A decisão ajudou a impulsionar o real frente ao dólar no último pregão.
Se os juros sobem nos Estados Unidos, ocorre uma migração dos investidores, que retiram seus recursos de ativos considerados de risco para alocar nos títulos públicos americanos, que são considerados os mais seguros do mundo e, com juros maiores, entregam uma rentabilidade mais atrativa.
Dessa forma, com uma pausa na subida das taxas da maior economia do mundo, outros ativos, como a moeda brasileira ganham fôlego contra o dólar.
No entanto, Jerome Powell, presidente do Fed, já sinalizou que, nos próximos meses, novas altas podem acontecer – o que pode voltar a impulsionar a moeda americana e impacta negativamente o real neste pregão.
Ainda no exterior, novos dados da China reforçam que a economia do país está passando por um processo de desaceleração. Analistas do BTG Pactual destacam que as vendas no varejo subiram 12,7% em maio, contra uma expansão de 18,4% observada em abril, enquanto a produção industrial cresceu 3,5%, abaixo da alta de 5,6% do mês anterior.
Por conta da perspectiva de desaceleração, o governo chinês está estudando novas medidas de apoio financeiro para setores privados e de consumo no país. Essa notícia animou os mercados de commodities, porque a China é um dos principais demandantes desses produtos.
No cenário doméstico, também é uma notícia de ontem que segue repercutindo. A agência de classificação de risco S&P Global Ratings alterou a perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil de estável para positiva, o que não acontecia desde 2019.
A empresa também reafirmou o rating de crédito soberano, que reflete a capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros, em “BB-” — nota que o país tem desde 2020.
Essa classificação ainda indica um “grau especulativo” — o que, segundo a agência, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.
Além disso, “arcabouço fiscal, contas públicas, inflação, PIB, reforma tributária e reforma ministerial continuam a ser foco das atenções do mercado”, pontua a equipe de análise do BTG.

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