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Dívida pública deve se aproximar de 82% do PIB em 2021, diz secretário do Tesouro

Última projeção da equipe econômica, divulgada em junho, previa dívida equivalente a 84,7% do PIB em dezembro. Nova estimativa oficial sai em relatório de outubro. O secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, afirmou nesta sexta-feira (23) que a dívida pública federal deve se aproximar de 82% do PIB brasileiro até o final de 2021.
“A tendência, por enquanto, é termos a dívida mais próxima de 82% [do PIB], talvez até um pouco abaixo disso”, afirmou Bittencourt em transmissão ao vivo do site Jota. “Estamos migrando para o entorno de 82%, é isso que deve mostrar o próximo relatório”, complementou.
A projeção é menor que a última estimativa oficial divulgada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no mês passado. Em apresentação à comissão do Congresso que acompanha o combate à Covid, Guedes falou em um patamar maior, de 84,7%.
O próximo relatório de projeções da dívida pública, divulgado semestralmente pelo Tesouro Nacional, deve ser publicado em 27 de outubro.
Com a pandemia, a dívida pública federal ultrapassou a casa dos R$ 5 trilhões pela primeira vez na história no fim de 2020. Veja abaixo:
Dívida pública ultrapassa R$ 5 tri pela primeira vez na história
Bolsa família em dezembro
Ainda durante a transmissão ao vivo, o secretário do Tesouro Nacional avaliou que é possível reformular o Bolsa Família para pagar cerca de R$ 300 mensais ainda esse ano, como quer o presidente Jair Bolsonaro.
Haveria espaço para isso no teto de gastos, segundo Bittencourt, porque parte dos beneficiários do Bolsa Família receberá o auxílio emergencial de agosto a outubro.
Como o Congresso permitiu que as despesas relacionadas diretamente ao combate à pandemia fiquem fora do teto de gastos, o dinheiro recebido por esses beneficiários vem de créditos extraordinários – e não do orçamento do Bolsa Família.
Assim, o Ministério da Economia estimou que foi aberto um espaço de R$ 9,5 bilhões no orçamento do programa de redistribuição de renda.
A estimativa foi divulgada na última quinta-feira (22) pela equipe econômica, ao anunciar a liberação de R$ 4,5 bilhões do Orçamento, que estavam bloqueados desde abril.
Governo desbloqueia R$ 4,5 bilhões do orçamento; folga no teto permitirá aumento no valor do Bolsa Família
“O nosso nível de despesas abaixo do teto é maior que os R$ 4,5 bilhões de desbloqueio que apresentamos. Ele é na casa de R$ 12 bilhões. O desbloqueio foi menor porque temos R$ 9 bilhões que decorrem de economia com o Bolsa Família em 2021”, afirmou.
“Se conseguirmos alocar despesas do Orçamento desse ano de modo a abrir o espaço pra pagar os primeiros benefícios em novembro e dezembro, sim, seria possível criar o programa a partir de dezembro e usar compensações de outras naturezas a partir de janeiro de 2022”, concluiu, sem detalhar quais seriam essas compensações.

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