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Dino libera parte das emendas parlamentares bloqueadas, mas critica processo orçamentário.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, decidiu liberar parcialmente os recursos de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares que estavam bloqueados devido à falta de transparência no processo orçamentário. No entanto, Dino destacou falhas graves nas justificativas apresentadas pela Câmara dos Deputados, classificando a situação como “o ápice de uma balbúrdia quanto ao processo orçamentário”.

Liberação parcial e critérios
Emendas liberadas: Recursos empenhados até 23 de dezembro e destinados à Saúde, desde que atendam aos requisitos legais.
Prazos estendidos: Recursos dos Fundos de Saúde estaduais e municipais poderão ser movimentados até 10 de janeiro, mesmo sem contas específicas criadas, como exigido anteriormente.
Emendas bloqueadas: Recursos que não cumpram as condições estabelecidas continuam suspensos.
Críticas ao processo orçamentário
Dino destacou inconsistências nas explicações da Câmara, como a indicação de emendas de comissão sem aprovação pelos colegiados temáticos, violando regras estabelecidas em agosto. Ele apontou uma “nulidade insanável” nos documentos apresentados e vetou a execução de emendas indicadas de forma irregular.

Falhas administrativas
Além das críticas ao Legislativo, Dino mencionou a falta de ação do Ministério da Saúde na criação de contas bancárias específicas para as emendas, como recomendado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para garantir maior transparência e fiscalização.

Investigação em andamento
O ministro reforçou a necessidade de apurar possíveis irregularidades ou crimes relacionados à destinação dos recursos. A Polícia Federal já conduz um inquérito sobre o caso. Dino ressaltou, porém, que ainda não é possível afirmar se as irregularidades decorrem de erros administrativos ou de práticas ilícitas.

Resposta às críticas políticas
Dino rejeitou acusações de interferência nas competências do Congresso e enfatizou que sua decisão visa garantir o cumprimento da legislação. Ele repudiou ameaças de retaliação por parte de parlamentares e defendeu o diálogo institucional como solução para a crise.

“Mais do que inúteis ameaças ou consumação de ‘retaliações’, o diálogo institucional sincero e o cumprimento das normas jurídicas são as trilhas corretas a serem percorridas em favor dos legítimos interesses da nação.” – Flávio Dino

A decisão reflete o esforço do STF em equilibrar o rigor jurídico e a continuidade de serviços públicos essenciais, como os relacionados à Saúde, enquanto busca soluções para um processo orçamentário mais transparente e eficiente.

Fonte: Correio Braziliense
Foto:Folha PE

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